Governo pede ao novo líder da AICEP para envolver autarquias na atração de investimento

Nova administração liderada por Filipe Santos Costa deve repensar rede externa da AICEP, mexer na interação com PME exportadoras e atentar à “dimensão regional e local” do investimento, indica tutela.

Na Carta de Missão atribuída ao novo conselho de administração da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) defende a “adaptação dos objetivos” deste organismo público “à luz do novo enquadramento geoestratégico mundial”, frisando que as medidas a adotar neste mandato devem “ter em conta” o contexto ao nível do comércio internacional e da atração de investimento direto estrangeiro (IDE) para “continuar a assegurar a competitividade do país”.

Entre as “orientações fundamentais” para o trabalho da AICEP, agora liderada por Filipe Santos Costa, destaca-se a reorganização da forma como o instituto interage com as PME exportadoras, “consolidando o modelo das fileiras, que permitirá estabelecer mecanismos de colaboração entre empresas cuja oferta seja complementar e possam ser apoiadas de forma integrada, definindo os principais mercados e os novos mercados nos quais se pretende apostar”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, acompanhado pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e pelo novo presidente da AICEP, Filipe Santos Costa, durante a apresentação dos objetivos para o novo mandato da AICEP, em LisboaRODRIGO ANTUNES/LUSA 19 junho, 2023

Nesta missiva em que sublinha que a rede diplomática nacional deve ser envolvida na atração de IDE para Portugal, a tutela sublinha que a nova administração precisa de “repensar a rede externa da AICEP de acordo com critérios objetivos e de eficiência, privilegiando os mercados de maior potencial de crescimento, através da elaboração de métricas quantificáveis para cada ponto de rede”.

Por outro lado, o Ministério ambiciona “dinamizar a dimensão regional e local do IDE e da internacionalização”, em estreita articulação com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), as Comunidades Intermunicipais (CIM), as Agências de Desenvolvimento Regionais e as Câmaras Municipais. Dessa forma, expõe, “criando as melhores condições para que o investimento estruturante se instale no interior do país e identificando e apoiando os bons projetos das empresas locais, nomeadamente das PME”.

Na sessão pública de apresentação dos objetivos para o novo mandato da AICEP, realizada a 19 de junho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, indicou que a agência está neste momento a analisar mais de 100 projetos de investimento, “estimados em cerca de 15 mil milhões de euros e com um potencial de criação de mais de 33 mil novos postos de trabalho”.

Ligação com associações e com universidades no talento

“Aprofundar o relacionamento entre a AICEP e as Confederações e Associações Empresariais, Câmaras de Comércio Portuguesas no estrangeiro e as Câmaras de Comércio estrangeiras em Portugal, identificando áreas de cooperação e de complementaridade de serviços prestados às empresas portuguesas” é outra das orientações deixadas ao sucessor de Luís Castro Henriques.

Neste novo mandato, o Ministério dos Negócios Estrangeiros quer igualmente que a agência pública, em colaboração com as universidades e outras entidades do sistema científico e tecnológico, assuma a atração de talento qualificado como “um dos pilares centrais da política de investimento e de internacionalização e para o reforço da competitividade dos setores exportadores portugueses”.

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