Altice International suspende “vários” gestores, representantes legais e trabalhadores em Portugal

Grupo que manda na Altice Portugal anunciou que pôs de licença "vários" representantes legais, gestores e trabalhadores no país, mas também noutros mercados, por estarem ligados à Operação Picoas.

A Altice International suspendeu “vários” representantes legais, gestores e trabalhadores em Portugal, mas também noutros mercados, à luz das suspeitas que estão a ser investigadas na chamada Operação Picoas, anunciou a empresa num comunicado esta quarta-feira. A decisão mantém-se enquanto decorrer a investigação judicial.

“A Altice International e suas afiliadas colocaram de licença vários representantes legais, gestores e trabalhadores chave em Portugal e no estrangeiro enquanto esta investigação é conduzida”, lê-se na nota. O grupo avança também que a investigação interna que tinha sido anunciada pela Altice Portugal abrange ainda “outras jurisdições” além do mercado português.

O ECO perguntou a fonte oficial da Altice Portugal se esta decisão abrange algum membro da atual Comissão Executiva da dona da operadora Meo, que é encabeçada pela presidente executiva Ana Figueiredo. Encontra-se a aguardar resposta.

Ainda segundo o comunicado da Altice International, a holding “toma nota” de que as autoridades portuguesas “identificaram” que a Altice Portugal “foi alegadamente defraudada como resultado de práticas lesivas e má conduta de certos indivíduos e entidades externas”. Nesse sentido, sublinha, a Altice Portugal “é vítima de fraude”.

Além da suspensão de funções de pessoal relacionado com os factos sob investigação, o grupo avança que, “com efeito imediato”, vai “rever e reforçar os processos de aprovação em todas as aquisições, pagamentos, ordens de compra e processos relacionados tanto em Portugal como ao nível da Altice International”. Mais: “A Altice International e suas afiliadas estão atualmente a avaliar os próximos passos apropriados com os respetivos conselheiros legais e vai considerar todas as opções legais, em todas as jurisdições.”

Por fim, a Altice International garante, nesta comunicação, que “continua a operar as suas atividades” de forma “normal” e “continuará a conduzir negócios com a mais alta integridade e no melhor interesse de todos os acionistas, com os clientes e os trabalhadores na frente”.

A Operação Picoas é o nome dado a uma investigação do Ministério Público conhecida na semana passada, depois de as autoridades terem promovido buscas em vários locais no país, incluindo na quinta do cofundador da Altice, Armando Pereira, e na residência do ex-líder da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, que até esta semana era co-CEO do grupo Altice a nível internacional.

As buscas culminaram na detenção de várias pessoas, incluindo o próprio Armando Pereira e um parceiro de negócios de longa data, Hernâni Vaz Antunes. Alexandre Fonseca, apesar de ter sido alvo de buscas, não foi detido, mas, como noticiou o ECO no fim de semana, provavelmente será constituído arguido.

A investigação centra-se na teia de fornecedores da Altice com ligações a algumas destas pessoas. Face às suspeitas e aos últimos desenvolvimentos, a Altice revelou esta segunda-feira que Alexandre Fonseca suspendeu funções executivas e não-executivas, para “proteger os interesses” da empresa.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h23)

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