Lucro da Caixa sobe 25% para 608 milhões no primeiro semestre, é o melhor resultado em mais de 15 anos

Banco público somou lucros de 608 milhões na primeira metade do ano, mais 25% face ao período ao homólogo. Subida das taxas de juro ajudou negócio apesar de ter menos depósitos e crédito.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 608 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. É o melhor resultado desde 2007, pelo menos, muito à boleia da subida das taxas de juro.

“Este resultado permite saldar os prejuízos acumulados no período de 2001 a 2016, antes da recapitalização, sublinhou a nova administradora financeira do banco público, Paula Geada, na conferência de apresentação dos resultados. O CEO Paulo Macedo lembrou que acabou de pagar um dividendo de 761 milhões de euros ao Estado, incluindo o edifício-sede avaliado em 361 milhões.

“Já reembolsamos os privados e já pagamos ao Estado cerca de dois terços do que os contribuintes meteram na Caixa”, frisou Paulo Macedo.

Os resultados do primeiro semestre permitem antecipar um dividendo de 243 milhões de euros, de acordo com o montante máximo distribuível, segundo Paula Geada.

Receitas com juros mais do que duplicam

A margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros que paga nos depósitos – disparou 125% para 1,32 mil milhões de euros, com o banco público a tirar partido da liderança no mercado de crédito da casa. As Euribor estão em máximos de 15 anos, o que está a aumentar de forma expressiva o peso dos juros na prestação da casa.

As comissões, que também representam uma parte importante do negócio core dos bancos, tiveram um decréscimo de 5% para 289 milhões de euros.

Outro contributo positivo veio da alienação dos ativos do fundo de pensões, dando 80 milhões de euros para o resultado de 152 milhões com operações financeiras.

As provisões e imparidades para crédito foram reforçadas em 300 milhões de euros, o que teve um impacto negativo nas contas finais. A Caixa também dá conta de mais 199 milhões de outras provisões e imparidades, “maioritariamente provisão dos custos do programa de reestruturação”.

Paulo Macedo explicou que todos os anos há cerca de 400 trabalhadores que pedem a reforma antecipada todos os anos e este ano o cenário deverá repetir-se, pelo que decidiu reforçar as provisões para cobrir estes gastos. “Se for do interesse da Caixa, deve anuir a isso, porque ao mesmo tempo está a recrutar bastante pessoas. Vamos recrutar 200 a 300 pessoas”, disse o gestor.

Depósitos caem 4,7 mil milhões

O crédito a clientes caiu 0,8% para 52,6 mil milhões de euros, com a queda mais expressiva no crédito para a compra de casa, que contraiu mais de 2% para 24,5 mil milhões de euros.

Os depósitos também registaram um decréscimo significativo, com as famílias a tirarem as suas poupanças para os Certificados de Aforro: os depósitos caíram 5,7% face ao final do ano passado para 79,1 mil milhões de euros. Junho trouxe já uma inversão desta tendência, com uma subida tímida dos depósitos, apontou Paula Geada – depois de o Governo ter cortado a taxa de juro dos certificados.

Paulo Macedo recusou associar a inversão nos depósitos com as mudanças nos certificados. “A banca esforçou-se para dar instrumentos melhores. A quantidade de pessoas que está agora a voltar aos fundos…”, sustentou.

(Notícia atualizada às 18h17)

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