Câmara de Comércio e Indústria e Católica criam academia para CEO
Com mais de 1.200 associados, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa fechou parceria com a universidade Católica para criar uma Academia que apoie empresários no processo de internacionalização.
A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) quer dar impulso à internacionalização das empresas nacionais e para isso avançou em parceria com a Universidade Católica, através da Católica International Business Platform, para a criação da “Academia CEO Futuro Ready for IB”. O programa “Da exportação à internacionalização” arranca já em outubro e será lecionado na Católica-Lisbon.
“Foi identificada uma lacuna na oferta de formação, tanto pela Católica, como pela CCIP, no que se refere à formação de executivos C-Level, ou seja, de primeira linha de gestão, na área da internacionalização”, começa por explicar João Pedro Guimarães, secretário-geral da CCIP, ao Trabalho by ECO.
Com esta parceria, formalizada esta quarta-feira, a CCPI tem como objetivo “contribuir para acelerar os processos de internacionalização sustentável das empresas portuguesas, sabendo que enfrentam grandes desafios de transformação e que têm constrangimentos de escala, produtividade e notoriedade por resolver, bem como dificuldades no acesso a capital e, cada vez mais, a talento”, continua.
“Pretendemos contribuir, de forma efetiva, para a consolidação da literacia geopolítica, económica e cultural dos participantes, sistematizar os fundamentais da internacionalização sustentável à luz do atual contexto macroeconómico e da alteração dos padrões da globalização, bem como desenvolver core skills para a sua liderança”, sintetiza o responsável da CCIP, organização mais com cerca de 1.200 associados, entre os quais empresas como a Brisa, Sage, Makro ou Logoplaste.
Programa dirigido a líderes C-level
A parceria com a Católica International Business Platform – iniciativa colaborativa de active-learning, criada em 2021 com vista a acelerar a internacionalização sustentável das empresas nacionais – materializa-se já em outubro com o arranque do programa “Da exportação à internacionalização”, lecionado pela Católica-Lisboa.
Os desafios da globalização, governance e responsabilidade ambiental e social para o sucesso da internacionalização; cultura, organização e liderança para uma employer brand internacional; como criar valor e mitigar o risco do investimento na internacionalização; como criar de marcas internacionais e modelos de negócio para acelerar a expansão para novos mercados externos são “as temáticas centrais do programa”.
Queremos contribuir para acelerar os processos de internacionalização sustentável das empresas portuguesas, sabendo que enfrentam grandes desafios de transformação e que têm constrangimentos de escala, produtividade e notoriedade por resolver, bem como dificuldades no acesso a capital e, cada vez mais, a talento.
Dividido em três níveis, sendo que o primeiro terá uma duração de 32 horas, o programa “tem como objetivo criar uma moldura estratégica comum entre os responsáveis da primeira linha de gestão das empresas” e, no final, os “participantes deverão estar habilitados a fazer um autodiagnóstico sobre o grau de preparação das suas empresas para a próxima etapa de internacionalização para sustentar o crescimento saudável e a criação de mais valor económico.”
O “curso terá uma parte prática que envolve a visita a duas empresas exportadoras nacionais, uma exportadora e outra que já se internacionalizou, as quais partilharão as suas próprias experiências no âmbito destes projetos”, descreve João Pedro Guimarães.
A Católica International Business Platform está ainda “a promover a monitorização do percurso internacional de empresas portuguesas para dinamizar o debate e a translação de conhecimento, e vai disponibilizar casos de estudo exclusivos deste programa”, destaca ainda.
“Não há atualmente nenhum programa como aquele que estamos a desenvolver, centrado na formação de executivos de primeira linha e focado na internacionalização sustentável das suas empresas. Por outro lado, não temos dúvidas de que esta junção entre a reconhecida experiência da Católica na área do ensino e da CCIP, no ‘terreno’, perto das empresas e, em particular, enquanto especialista em internacionalização, representa uma mais-valia única e diferenciadora“, considera o secretário-geral da CCPI quando questionado sobre o que diferencia este programa de outros de formação executiva.
O curso de formação está aberto a qualquer gestor, mas os associados da CCIP e os antigos alunos da Católica terão de pagar “um valor reduzido caso pretendam proceder à inscrição”. Os valores do mesmo deverão ser conhecidos em setembro.
Missões empresariais
Com o objetivo de agilizar o processo de internacionalização das empresas e contribuir para a diversificação de destinos, a CCPI tem vindo a realizar missões, presenciais ou virtuais, levando as empresas a conhecer mercados externos. Desde 2014 já foram realizadas mais de 100 missões com mais de 600 empresas. Desde o início do ano, mais de duas dezenas destas missões já foram realizadas em mercados tão distintos como Marrocos, China ou México, com mais de uma dezena de outras previstas até ao final do ano.
“Reforçar o peso da exportação é uma meta das empresas e (também) da economia nacional. Sabemos hoje que as exportações já contribuem para cerca de 50% do PIB nacional. No que se refere à internacionalização das nossas empresas, a CCIP contribui há muitos anos para esta realidade, realizando muitas missões internacionais (cerca de 15 por ano), prestando serviços de consultoria nesta área e, entre outras atividades, dando a conhecer novos mercados de destino para as nossas empresas, em especial fora da União Europeia”, comenta Pedro Guimarães. “Somos verdadeiros especialistas e preparamos agendas de reuniões customizadas para os nossos empresários em qualquer um dos 90 mercados onde prestamos este serviço”, diz.
Nigéria, África do Sul, Tunísia, México o Senegal são algumas das missões empresariais presenciais previstas na segunda metade do ano.
Reforçar o peso da exportação é uma meta das empresas e (também) da economia nacional. Sabemos hoje que as exportações já contribuem para cerca de 50% do PIB nacional. No que se refere à internacionalização das nossas empresas, a CCIP contribui há muitos anos para esta realidade, realizando muitas missões internacionais (cerca de 15 por ano).
“O nosso plano anual assenta numa série de fatores: a nossa própria análise sobre os mercados que poderão ter mais interesse para as nossas empresas (em termos de crescimento e oportunidades), o feedback que continuadamente recebemos das mesmas, a experiência que temos de muitos anos nesta área e as possibilidades que nos oferecem os consultores com quem trabalhamos”, refere o secretário-geral da CCPI quando questionado sobre os fatores que determinaram a escolha dos países destino das missões.
“Temos procurado ainda expandir os horizontes das exportações portuguesas para fora dos mercados mais tradicionais (o que ajuda, também à dissolução do risco das suas atividades). Os objetivos das empresas passam, naturalmente, por aumentar vendas, por encontrar parceiros para as suas atividades, que as ajudem a crescer (sendo que o nosso mercado é reconhecidamente de reduzida dimensão)”, acrescenta.
“Nos últimos anos”, mais de 6.500 pessoas participaram em 140 eventos sobre mercados internacionais, tendo sido realizadas mais de 135 missões empresariais (entre o formato presencial e virtual) com 655 empresas, com “uma média de sete reuniões de qualidade por empresa (em cada missão)”, revela o responsável da CCPI.
Eventos de apresentação de novos mercados com diferentes objetivos e designações (One to One, Meet the Market, etc.) – “sempre com o objetivo de ajudar as empresas a conhecerem novas realidades e potenciais novos mercados, dando-lhes acesso à informação de que precisam” – são outras das atividades desenvolvidas pela CCPI com vista a impulsionar a expansão internacional das empresas.
Este ano arrancaram com uma nova iniciativa: o “Exportador do Mês”. “Oferecemos aos nossos empresários a possibilidade de conhecerem por dentro empresas líderes exportadoras nacionais, que dão a conhecer aos participantes a sua cultura, boas práticas e experiência nos processos de internacionalização, garantindo um contacto direto com os líderes/responsáveis dessas mesmas empresas”, diz.
AutoEuropa, Central de Cervejas e Bebidas, The Navigator Company ou a Delta são algumas das empresas que já abriram as suas portas no âmbito dessa iniciativa.
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