CEO do Totta e os apoios públicos ao crédito: “Função do Governo não é regular todo mercado”

Banco liderado por Pedro Castro e Almeida já fez 18 mil renegociações de crédito. Sobre as medidas de taxa fixa, o CEO avisou que a função do Governo não é regular todo o mercado.

Questionado sobre as medidas de apoio às famílias com crédito da casa, o CEO do Santander Totta alertou que a função do Governo “não é regular todo o mercado”. É antes a de “dar o apoio às pessoas que realmente necessitam”, sublinhou Pedro Castro e Almeida.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, está a negociar com os bancos uma medida que visa reforçar a oferta de taxa mista para os contratos já existentes, anunciou esta semana.

Castro e Almeida contou que as conversas com o Governo têm sido no âmbito da Associação Portuguesa de Bancos, mas destacou a importância de ter outro ator à mesa das conversações: o Banco de Portugal. Isto para que “não saia uma medida que possa gerar distorções no mercado ou afetar o level playing field, atirou o líder do Santander em Portugal esta sexta-feira, na apresentação dos resultados semestrais.

Castro e Almeida revelou, por outro lado, que tem havido um forte aumento da procura por crédito com taxa mista ou fixa. “Não sei se será uma medida [que Medina anunciará em setembro] que vai ao encontro do que os bancos já oferecem”, apontou o gestor. “Não estou a ver o que pode haver de diferente” entre a medida e o que os bancos já dão resposta.

18 mil renegociações, 6.000 créditos com bonificação

Castro e Almeida revelou que o banco já procedeu a 18 mil renegociações de contratos da casa, sendo que “grande parte” das reestruturações foram iniciativa do banco. Estas reestruturações envolveram montantes na ordem dos 2 mil milhões de euros, de acordo com o responsável.

Quanto à bonificação dos juros, cerca de 6.000 contratos beneficiaram da medida. Em média, o valor da bonificação é de 30 euros, mas Castro e Almeida adiantou que cerca de 500 clientes já acumularam bonificações de 100 euros desde a implementação de medida.

O lucro do Santander Totta aumentou 38% para 334 milhões de euros no primeiro semestre, impulsionado pelo aumento das taxas de juro.

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