Economia estagna no segundo trimestre. Mas cresce 2,3% face ao ano passado

Desaceleração das exportações faz estagnar a economia no segundo trimestre, depois do desempenho surpreendente no arranque do ano. Em termos homólogos, o PIB cresceu 2,3%.

Depois de surpreender no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 2,3% em termos homólogos, revela a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta segunda-feira. Já em cadeia, ou seja, face ao trimestre anterior, a variação foi nula, devido à desaceleração nas exportações.

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 2,3% no segundo trimestre de 2023 (2,5% no trimestre anterior). O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi inferior ao do trimestre anterior, observando-se uma desaceleração das exportações de bens e serviços em volume mais acentuada que a das importações de bens e serviços“, nota o INE.

Os últimos dados mensais do comércio internacional já tinham mostrado um arrefecimento. Após quedas em abril e maio, a estimativa rápida do INE para o segundo trimestre deste ano apontou para diminuições de 5,2% nas exportações e de 6,2% nas importações, em termos nominais, face ao mesmo período de 2022.

Por outro lado, “o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou, em comparação com o observado no trimestre precedente, verificando-se uma redução menos pronunciada do investimento, tendo o consumo privado registado um ligeiro abrandamento“, explica o gabinete de estatísticas.

O consumo privado abranda numa altura em que a inflação permanece ainda elevada, apesar de abrandar. Dados divulgados também esta sexta-feira pelo INE mostram que a inflação registou o nono mês consecutivo de descida, desacelerando para 3,1% em julho.

Já olhando para o desempenho em cadeia, a economia portuguesa estagnou no segundo trimestre. Teve uma variação nula, o que compara com um crescimento de 1,6% no trimestre anterior, que ficou acima das expectativas. Economistas ouvidos pelo ECO já tinham sinalizado que era esperada uma desaceleração, tendo em conta vários indicadores que mostravam o arrefecimento da economia no segundo trimestre, ainda que este desempenho tenha ficado no limite inferior das previsões.

Segundo o INE, “o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi negativo, após ter sido positivo no primeiro trimestre, em consequência do comportamento das exportações, compensando o aumento do contributo da procura interna que refletiu a aceleração do consumo privado”.

Assim, foi a desaceleração das exportações que mais pesou no comportamento da economia portuguesa neste segundo trimestre, numa altura em que a economia arrefece em vários mercados parceiros de Portugal, nomeadamente na União Europeia. A economia alemã, por exemplo, entrou em recessão técnica no início do ano, enquanto a espanhola, nosso principal parceiro comercial, registou um forte abrandamento no segundo trimestre.

Estes dados são ainda provisórios, sendo que a estimativa rápida será confirmada a 31 de agosto pelo gabinete de estatísticas nacional.

(Notícia atualizada às 10h15)

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