Subida do preço do cacau começa a pesar na carteira dos consumidores

O aumento dos preços do cacau, que estão a atingir máximos de 46 anos, pode levar a uma subida dos preços do produto final e "pesar" mais na carteira dos consumidores. 

O aumento do preço do cacau está a “azedar a boca” aos fabricantes de chocolate e levar ao desaparecimento do produto da lista de compras dos consumidores. Apesar de nos últimos dois anos os lucros da indústria chocolateira terem sido abundantes, esta tendência pode ter os dias contados, revela a Reuters. Isto porque o preço do cacau está a atingir máximos em 46 anos e também o preço do açúcar fica cada vez mais altos.

Assim, o aumento dos preços do cacau, o ingrediente principal na confeção de chocolate, pode levar a uma subida dos preços do produto final e “pesar” mais na carteira dos consumidores.

Segundo a Reuters, tanto na Europa como na América do norte os preços já aumentaram em cerca de 20% nos últimos dois anos. Isto levou a que os consumidores começassem a “cortar” o chocolate da sua lista de compras.

A título de exemplo, a americana Mondelez confessou acreditar que a inflação do cacau e do açúcar vai continuar. No entanto, a chocolateira mostrou-se confiante de que o consumo do produto vai resistir à subida dos preços e aumentou as previsões de crescimento das receitas anuais. Também a Hershey prevê um aumento dos lucros.

Mas afinal o que está a provocar a subida de preços do cacau? Maioritariamente as alterações climáticas.

Segundo explica a Reuters, tanto a Costa do Marfim como o Gana, principais produtores de cacau, têm enfrentado ao longo dos últimos dois anos secas extremas, excesso de chuvas e várias doenças nas plantas. Recorde-se que estes dois países produzem cerca de dois terços do cacau a nível mundial.

Só no Gana as alterações climáticas ameaçam reduzir em cerca de 40% os terrenos para o cultivo de cacau até 2050. Segundo refere o Expresso, isto vai traduzir-se num aumento dos custos de produção, desde o transporte aos fertilizantes e mão-de-obra.

Um relatório da Oxfam revelou que a União Europeia é a principal importadora de cacau do mundo, chegando a absorver 60% das exportações. Em Portugal, o mercado do chocolate vale, no retalho direto, 250 milhões de euros, com vendas de cerca de 15 mil toneladas.

Em janeiro, Bruno Martiniano, business development confectionery & food da Nestlé Portugal, tinha previsto que os preços dos chocolates iriam continuar a subir e que era necessário fazer face ao “aumento dos custos”.

Em 2022, o número de vendas subiu e o preço do chocolate aumentou 3%, disse na altura Bruno Martiniano ao Jornal de Negócios. Mas, “em termos de rentabilidade”, o ano passado “foi um ano muito desafiante”, já que os custos com a produção de chocolate pesam 30% na fatura total.

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