Banco de Fomento acaba com produto âncora do sistema de garantia mútua. Nova linha já tem meses de atraso

Nova linha chegou a estar prometida para o primeiro semestre. Depois foi criada no mercado a expectativa de que seria anunciada até ao final de agosto, mas agora, só estará no último trimestre.

O Banco de Fomento decidiu acabar com a linha ADN, lançada em 2018 e alvo de sucessivos reforços ao longo dos anos. A banca já foi oficialmente informada do facto e aguarda o surgimento de uma nova que a deverá substituir e que já esteve prometida para o final do primeiro semestre.

A Linha de Apoio ao Desenvolvimento de Negócio – ADN 2018 foi lançada inicialmente pelo IAPMEI em conjunto com o Turismo de Portugal, a SPGM, a Agrogarante, a Garval, a Lisgarante e a Norgarante, uma dotação de 122 milhões de euros, distribuídos por quatro linhas específicas, para financiamento de operações de curto prazo, leasing imobiliário, leasing mobiliário e obrigações fiscais.

Esta linha tinha como objetivo financiar PME e outras empresas com um volume de negócios inferior ou igual a 150 milhões de euros e que não integrassem grupos empresariais, cuja faturação consolidada seja superior a 200 milhões. O objetivo é possibilitar o acesso ao crédito bancário às empresas em condições mais favoráveis.

Mas o sucesso da linha obrigava a que fosse reforçada com alguma regularidade tendo a dotação subido para 400 milhões na última ficha de produto disponibilizada pelo Banco de Fomento. Um sucesso que se prendia com as suas condições muito flexíveis e que a banca espera que venham a ser replicadas na linha sucessora que chegou a estar prometida para o primeiro semestre deste ano, depois foi criada no mercado a expectativa de que a nova linha seria anunciada até ao final de agosto, mas agora, é claro, que só estará no terreno no último trimestre do ano.

As empresas que podiam beneficiar no máximo de 1,5 milhões de euros tinham de pagar um spread de 3,75% a que acrescia a taxa Euribor a 3, 6 ou 12 meses. Mas no mercado a expectativa é de que as condições sejam melhoradas. Aliás, o então administrador demissionário do Banco Português de Fomento, Tiago Simões de Almeida, anunciou no final de março que o Banco Português de Fomento ia lançar uma nova linhacom melhores condições” para financiar processos de sucessão e de aquisição de empresas com vista ao desenvolvimento de negócios, a obtenção de ganhos de escala e a exploração de sinergias e ganhos de produtividade

“Vamos lançar uma nova linha para substituir a existente muito em breve, esperamos que ainda no primeiro semestre deste ano, com melhores condições” face à Linha de Apoio ao Desenvolvimento de Negócio – ADN 2018, disse o responsável num debate organizado pela AIP sobre o financiamento das empresas.

Tiago Simões de Almeida explicou a necessidade de lançamento desta nova linha pelo facto de a dotação já ter sido largamente esgotada. “Reabrimos a linha para encaixar mais quatro operações”, reconheceu sem ar detalhes, “mas já não temos espaço na linha”, acrescentou. “Uma linha que era o produto âncora do sistema nacional de garantia mútua”, explicou depois ao ECO, à margem do evento.

A nova linha “melhorada terá gavetas para factoring e confirming e nalguns casos estamos a tentar aumentar o prazo dos empréstimos abrangidos pela linha. A ADN 2018 tinha um prazo máximo de três anos, sendo que as operações podiam ser renovadas trimestral, semestral ou anualmente até este limite. “A linha está desenhada e estamos na fase de acabamentos para depois conseguir negociar com o Estado”, explicou o responsável, na altura. Mas, cinco meses depois ainda não há novidades.

O ECO questionou o Banco Português de Fomento sobre o fim da linha ADN2018, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

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