Dívidas da Groundforce à TAP e ANA só ficarão saldadas em 2029

Plano de Insolvência da TAP prevê pagamento da dívida em prestações ao longo dos próximos seis anos. Opção pela liquidação dos ativos só teria permitido pagar até 13,7% das dívidas.

Os principais credores da Groundforce terão de esperar seis anos para serem ressarcidos das dívidas da empresa de serviços de assistência em terra. Contas com a TAP ficam saldadas em 2028 e com a ANA só em 2029.

O Plano de Insolvência preliminar da Groundforce, que visa a recuperação da empresa de handling, prevê um prazo alargado para pagamento dos 45,9 milhões de dívidas efetivas aos credores. A TAP, que se vai manter como acionista, terá a dívida de 15,5 milhões saldada em várias prestações anuais até 2028, indica o documento noticiado pela Lusa e a que o ECO também teve acesso.

O segundo maior credor, a ANA Aeroportos, terá de esperar até 2029 para receber a última prestação dos 12,8 milhões que a empresa de assistência em terra lhe deve.

Quer a companhia aérea quer a concessionária figuram entre os detentores de créditos privilegiados. O mesmo acontece com os trabalhadores, que serão os primeiros a ser ressarcidos. Os créditos laborais serão pagos na íntegra “no prazo de dois meses a contar da data do trânsito em julgado da decisão de homologação do Plano de Insolvência“, refere o documento.

O calendário para os créditos comuns, onde se inclui parte da dívida à TAP, a Fidelidade ou o BCP, também se estende até 2029.

Segundo o documento apresentado pelos administradores de insolvência, tendo em conta o valor previsto dos ativos, um cenário de liquidação permitiria reembolsar no máximo 16,2% dos créditos privilegiados reconhecidos e entre 10,2% e 13,7% dos créditos totais. Já o Plano de Insolvência permite “uma recuperação total dos créditos”.

O plano prevê uma redução do capital de 500 mil euros para zero, cobrindo prejuízos passados. Segue-se um aumento de capital de 2,5 milhões de euros pela britânica Menzies, que será o maior acionista com 50,01% do capital. A TAP entra com 2,48 milhões de euros, através da conversão de parte dos seus créditos, ficando com uma participação de 49,9%.

A discussão e aprovação do Plano de Insolvência, que selará a entrada do novo acionista maioritário e o prosseguimento da estratégia de recuperação da empresa de handling, está marcada para 27 de setembro. A aprovação é dada como garantida, uma vez que a TAP e a ANA detêm 60% dos créditos.

Fez em agosto dois anos desde que foi declarada a insolvência da Groundforce, a pedido da transportadora aérea portuguesa, que é também a sua maior cliente, em conflito com o empresário Alfredo Casimiro, que através da Pasogal detém 50,1% do capital.

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