“Estamos próximos do pico das taxas de juro na União Europeia”, diz comissário Gentiloni

Comissário europeu para a Economia alerta para a necessidade de coordenar as políticas orçamentais com a política do Banco Central Europeu, para apoiar investimentos e controlar a inflação.

Na semana em que os governadores do Banco Central Europeu se reúnem para tomar mais uma decisão relativamente à política monetária no bloco, o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, mostra-se confiante de que se está “próximo do pico das taxas de juro na União Europeia”, na conferência de imprensa de apresentação das previsões de Verão.

“A decisão será tomada pelo BCE, mas o que estimamos com base nas projeções das taxas de juro de curto prazo é que estamos próximos do pico das taxas de juro na UE”, apontou Gentiloni na conferência desta segunda-feira.

No relatório, a Comissão considera que a política monetária levada a cabo pelo banco central está a produzir efeitos na economia, ainda que admita que existem alguns riscos quanto ao crescimento económico. O comissário europeu admitiu também que a evolução da inflação é incerta, dependendo de vários fatores, sendo de salientar que a previsão para o próximo ano foi revista ligeiramente em alta devido aos preços da energia.

As estimativas apontam agora para uma inflação de 5,6% em 2023 e 2,9% em 2024 na Zona Euro. Os dados mensais mais recentes são de agosto, quando a taxa de inflação estabilizou nos 5,3%, números que o BCE terá em conta na tomada de decisão sobre o próximo passo a tomar. Christine Lagarde já sinalizou que não vão cortar as taxas em setembro, mas tanto poderão subir como fazer uma pausa nos aumentos de juros.

Estes esforços para controlar a inflação têm também de ser coordenados com as políticas orçamentais, destacou ainda Gentiloni. “Há um caminho estreito para as políticas orçamentais, porque o desafio é continuar a apoiar investimentos, usando o Plano de Recuperação e Resiliência ou recursos nacionais, sem comprometer a política monetária”, alertou.

O comissário europeu salientou assim a necessidade de “coordenação e agilidade nas políticas orçamentais”, que devem seguir um “investimento prudente em sincronia com os esforços do BCE para controlar a inflação”. Este é um dos aspetos que disse ser chave para suportar um “crescimento sustentável”, isto apesar de a Comissão ter revisto em baixa o crescimento económico da Zona Euro para 0,8% em 2023 e 1,3% em 2024.

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