“Pipi, bem apresentadinho e muito betinho”. Montenegro critica Orçamento do Estado para 2024

  • Lusa
  • 11 Outubro 2023

Líder do PSD considera que proposta orçamental tem "a mesma incapacidade de suprir aquela que é a realidade que é cobrar, cobrar e cobrar impostos e desinvestir, desinvestir, desinvestir".

O presidente do PSD considerou na terça-feira que o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) é “pipi, bem apresentadinho e muito betinho, que parece que faz, mas não faz” porque tem “impostos máximos e serviços mínimos”.

É assim uma espécie, mais uma vez, de um orçamento pipi, de um orçamento que aparece bem vestidinho, muito apresentadinho, mas que é só aparência, é assim muito betinho, parece que faz, mas não faz, apresenta objetivos, apresenta ideias, mas depois não concretiza nada”, afirmou Luís Montenegro, na intervenção de abertura do Conselho Nacional do PSD, que decorre na Maia, no distrito do Porto.

Num discurso de cerca de meia hora, o social-democrata acrescentou que o OE2024 é “um fato que o doutor António Costa com aquele sorriso de sempre apresenta todos os anos”. E acrescentou: “Primeiro com o doutor Centeno, agora com o doutor Medina, mas sempre com a mesma carga, sempre com a mesma incapacidade de suprir aquela que é a realidade que é cobrar, cobrar e cobrar impostos e desinvestir, desinvestir, desinvestir”.

Dizendo que não esperava “grande novidade” do documento, Montenegro considerou que mesmo as “maiores piruetas que se possam dar na política pública já não são suficientes para quebrar aquela que tem sido a nota dominante do Governo do PS”, que passa por impostos máximos e serviços mínimos.

E é isso que, na sua opinião, vai acontecer no próximo ano. “Eu bem sei que este dia [de entrega do OE] é sempre um dia muito singular, aparece sempre assim um documento muito bem ilustrado, o PS é ótimo a fazer powerpoint, eu diria mesmo imbatível”, referiu.

Segundo o presidente do PSD, o orçamento “é um embrulho e uma demagogia” que, durante semanas, anda a ser “embelezado com fugas seletivas de informação para os jornais”.

“Amanhã já sabemos, não vão todos dizer o mesmo, um diz a classe média vai ter até ao quinto escalão não sei o quê e o outro vai dizer as famílias que têm filhos em idade de creche vão ter mais não sei quantas. Eles fazem isso muito bem, eles são mestres nessa propaganda”, sublinhou. Só que “essa propaganda” não resolve os problemas, aparenta resolver, mas não resolve, vincou.

Reafirmando que o documento é uma “pura brincadeira, pura demagogia e puro oportunismo político”, Montenegro assumiu não haver nenhuma razão para os portugueses confiarem num Governo que não fez nada em oito anos daquilo que promete fazer agora em 2024.

Alguém acredita que este orçamento vai dar um médico de família que faz falta a mais de 1,6 milhões de portugueses? Alguém acredita que é este orçamento que vai resolver finalmente o problema da incapacidade de termos consultas atempadas e cirurgias atempadas no Serviço Nacional de Saúde?”, questionou.

O Governo apresentou na terça-feira o Orçamento do Estado de 2024 (OE2024) que revê em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de 2,0% para 1,5% no próximo ano. A taxa de desemprego é revista em alta para o próximo ano, prevendo agora 6,7% em 2024, face aos anteriores 6,4%.

Já quanto à inflação, o Executivo está ligeiramente mais pessimista, prevendo que a taxa caia de 8,1% em 2022 para 5,3% em 2023 e 3,3% em 2024. A proposta de lei prevê, igualmente, o melhor saldo orçamental em democracia, apontando-se 0,8% do PIB em 2023 e 0,2% em 2024.

A proposta de OE2024 será discutida e votada na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.

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