Canadiana Empowered Startups já atraiu três milhões de investimento para Portugal

Mais de 50 empreendedores já investiram em projetos de investigação com universidades e politécnicos em 12 distritos do país. Até 2025, a Empowered Startups quer atrair dez milhões de investimento.

A multinacional canadiana Empowered Startups já atraiu 56 empreendedores internacionais a investir mais de três milhões de euros em projetos de investigação com universidades e politécnicos em Portugal. Até 2025, quer atrair dez milhões de investimento direto estrangeiro e 150 empreendedores. “Já atingimos praticamente um terço desse objetivo”, adianta Christopher Lennon, presidente da Empowered Startups, ao ECO.

“Temos falado, sobretudo, com empreendedores americanos e canadianos, que têm mostrado um grande interesse pelo país”, adianta Christopher Lennon. Em Portugal, desde 2019, a multinacional tem vindo a trabalhar em parcerias com o ensino superior nacional, fazendo a ponte com empreendedores internacionais que procuram parceiros para o desenvolvimento dos seus projetos. Já tem parcerias com 12 universidades e politécnicos em 12 distritos: Aveiro, Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo.

“Estamos neste momento a trabalhar com mais instituições de ensino, mas ainda não é o momento de anunciar novas parcerias. A rede com que já trabalhamos é robusta, apresenta-nos garantias de sucesso e tem deixado os empreendedores com que trabalhamos muito satisfeitos. Temos uma presença bastante forte no Alentejo e no Algarve, com 26 projetos em funcionamento nessas duas regiões”, revela o presidente da Empowered Startups.

No final de setembro esteve em Seia, a apresentar a iniciativa “a autarcas da Guarda, do Fundão, de Seia e da Covilhã”, tendo já fechado parceria com “duas instituições nas Beiras e Serra da Estrela: o Instituto Politécnico da Guarda e a Universidade da Beira Interior”, afirmou.

“Vemos potencial nessa região e vemo-lo noutras regiões do interior português. Percebemos que o investimento que trazemos é bem-vindo no interior, que há potencial para a implementação de novos projetos, que os nossos empreendedores são muito bem recebidos e que há espaço para novas empresas”, refere o presidente da Empowered Startups. “Podemos fazer a ponte entre a ciência e a indústria nessas regiões. Vemos no interior de Portugal oportunidade para novos projetos com potencial global”, diz.

Christopher Lennon, presidente da Empowered Startups

Mas não só. É no interior do país que sente poder “fazer a diferença”. “É trabalhando aqui que mais contribuímos para a coesão territorial nacional. São territórios que têm um enorme potencial, que têm muito a ganhar com uma ligação mais forte entre a investigação científica e a indústria, com investimento direto estrangeiro, com pessoas altamente qualificadas e com visão de negócio e vontade de pôr as suas ideias em prática. Ao fazê-lo, sentimos que o nosso trabalho contribui para um desenvolvimento sustentável de Portugal, o que faz com que a nossa missão faça mais sentido“, justifica o responsável da multinacional canadiana.

E que mecanismos poderiam ser criados ou reforçados para tornar o interior mais atrativo? “Para nós, e para os empreendedores com quem trabalhamos, o interior já é bastante atrativo. Existem já vários concelhos do interior do país a oferecer diversas vantagens e apoios para quem opta por se estabelecer e trabalhar nestas regiões“, considera Christopher Lennon. “Nesta passagem por Portugal, tive oportunidade de falar com algumas pessoas. Os territórios nos quais temos parcerias têm boa qualidade de vida, ensino e investigação científica de excelência, uma rede de internet de qualidade, serviços públicos funcionais… e não têm os desafios que enfrentam as grandes cidades em todo o mundo, como o trânsito”, continua.

“Outra vantagem” da aposta no interior, em territórios com menor pressão demográfica, é que a “escala dos desafios da habitação não é tão grande”, admite, embora este não seja um tema referido pelos empreendedores/investidores. “Incentivamos os nossos empreendedores a instalarem-se nestes territórios, o que faz sentido dado que têm parcerias com centros de investigação locais. Mas sinceramente, tanto quanto sei, não é um assunto que tenha vindo a dificultar a vinda destas pessoas. Aquilo que eles procuram, sobretudo, são boas condições de trabalho e bons parceiros tecnológicos em quem possam investir”, destaca.

56 empreendedores já investiram no país

Até ao momento, 56 empreendedores já investiram em Portugal. “Os empreendedores com que trabalhamos são pessoas experientes, com empresas criadas noutros países, com ideias inovadoras e com uma ideia muito clara de como as implementar. Têm provas dadas, têm sucesso, conseguem investir nos seus próprios negócios, só precisam do parceiro tecnológico certo, e é isso que procuram aqui em Portugal. E escolhem o país pela investigação científica de excelente qualidade que aqui se desenvolve, pela qualidade dos centros de investigação e cientistas portugueses, pelos resultados que sabem que vão conseguir aqui”, justifica.

“Não se cansam de elogiar a investigação científica de excelente qualidade que aqui se desenvolve, a qualidade dos centros de investigação e dos cientistas portugueses. Portugal é uma ótima incubadora e casa para estes projetos inovadores“, diz.

Um investimento que tem vindo a subir — em abril, o investimento acumulado era na ordem dos 900 mil e agora ronda três milhões –, apesar do momento de menor liquidez do mercado de capitais. O investimento é “dos próprios empreendedores, de outros negócios lucrativos que fizeram, da experiência que têm e do conhecimento que possuem dos próprios negócios“, clarifica Christopher Lennon.

Os investimentos são em áreas diversificadas, como nutrição, saúde, inteligência artificial, cibersegurança ou até ligados à arte ou ao design. “Todos eles têm uma componente tecnológica importante, é esse o ponto em comum”, aponta o responsável da Empowered Startups.

E dá o caso de uma “empreendedora a trabalhar com a Universidade de Évora numa plataforma de inteligência artificial que ajuda compradores de arte. Imaginemos que o quadro que querem não está disponível para venda. A plataforma ajuda-os a encontrar outro quadro semelhante, do mesmo artista ou de outros”. Ou de um “empreendedor canadiano a trabalhar com a Universidade do Algarve para desenvolver uma ferramenta que analisa uma sala e recomenda o design de interiores para essa divisão. Mobília, tapetes, disposição dos objetos… tudo com inteligência artificial.”

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