Costa avisa que próximos dois anos vão ser “de tensão” nas urgências

Costa lembra ainda que "os dados demonstram que a generalidade de casos de ida às urgências não careciam de cuidados na urgência" e apela aos cidadãos que liguem primeiro para a linha de Saúde 24.

O primeiro-ministro realça que estão em curso “três reformas muito importantes” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre as quais a reorganização do sistema de urgências. No entanto, António Costa avisa que “nos próximos dois anos” vai haver “tensão” e apela a que a população não consuma “um bem escasso” e ligue primeiro para a linha de Saúde 24, antes de se dirigir às urgências.

Temos uma realidade objetiva que é termos um conjunto de profissionais de saúde com um nível etário onde já estão dispensados de fazer urgências”, sinalizou António Costa, apontando para o facto de a lei estabelecer que a partir dos 50 anos os médicos estão dispensados de fazer urgência noturna e a partir dos 55 anos estão dispensados de fazer urgência, quer de noite quer de dia. “Por outro lado, “a formação de novos profissionais leva tempo”, pelo que nesta “substituição” deverão continuar a existir alguns constrangimentos. “Vão ser dois anos onde vai haver sempre tensão”, alertou o primeiro-ministro, em declarações transmitidas pela RTP3, no final da reunião com a Direção Executiva do SNS.

Este encontro acontece numa altura em que o SNS enfrenta uma crise nos serviços de urgência devido à recusa de mais de 2.000 médicos em fazerem horas extraordinárias, além das 150 obrigatórias e no dia seguinte aos estatutos da Direção Executiva terem sido aprovados.

“Temos um diploma para o caso dos médicos estrangeiros trabalharem em Portugal, podemos trabalhar numa na organização dos serviços de urgência e é um diálogo que o Ministério mantém com a Ordem dos Médicos de forma a aproximar-nos daquilo que são padrões internacionais na organização dos serviços de urgência, mas de qualquer forma temos que atuar ao nível da procura”, acrescentou o Chefe de Governo.

O primeiro-ministro lembra que “os dados demonstram que a generalidade de casos de ida às urgências não careciam de cuidados na urgência”, com o recurso a este serviço em Portugal a ser “o dobro da média dos países da OCDE”. Neste contexto, Costa aconselha os portugueses a mudar os “hábitos” e quando se sentirem doentes a ligarem primeiro para a linha de saúde 24. “De cada vez que estamos a consumir um bem escasso (…) estamos a prejudicar quem o necessita“, afirmou. De notar que, os últimos dados disponíveis apontam que 1,6 milhões de portugueses não têm médico de família.

Ainda no plano das urgências, o primeiro-ministro elencou que a reorganização que está a ser feita pela entidade liderada por Fernando Araújo prevê uma “reorganização do sistema”, mas também uma “melhor articulação entre o SNS 24 e os sistemas de referenciação”.

“Aquilo que a Direção Executiva tem vindo a fazer é reorganizar as urgências, sobretudo, onde é mais fácil fazê-lo”, nomeadamente nas áreas metropolitanas, dando que é onde “há relativa concentração de pessoas, há melhores condições de transporte e melhores acessibilidades”, de modo a “otimizar os recursos que existem”, explicou.

Para o próximo ano, está ainda previsto a criação de de 31 Unidades Locais de Saúde (ULS), que se juntam às oito já existentes, bem como a generalização das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, que preveem que os profissionais de saúde sejam remunerados de acordo com indicadores de desempenho.

(Notícia atualizada)

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