Marcelo recebe PGR em Belém na sequência das buscas e detenções no Governo

A procuradora-geral da República Lucília Gago está a ser recebida em Belém por Marcelo Rebelo de Sousa na sequência das detenções e buscas desta terça-feira.

Depois do primeiro-ministro António Costa, também a procuradora-geral da República Lucília Gago está a ser recebida em Belém por Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta terça-feira, a PSP está a levar a cabo diversas buscas, entre as quais na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. Nesta operação foram mobilizados cerca de 140 polícias, revelou fonte da PSP à Lusa. O inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas.

O ECO sabe ainda que as buscas estendem-se à casa do advogado Rui Oliveira Neves e à sede da Start Campus de Sines, um dos maiores campus de data centers da Europa, o Sines 4.0, assim como à casa do CEO, Afonso Salema. Que foram igualmente detidos. A Morais Leitão também estará a ser alvo de buscas.

Entre os visados por estas buscas, que poderão ser constituídos arguidos, estão também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o antigo ministro João Pedro Matos Fernandes.

Os suspeitos vão ficar agora detidos na sede da PSP de Lisboa, em Moscavide, até serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial que terá de acontecer no prazo de 48 horas.

Em janeiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República confirmou que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde estavam em curso, mas não tinham arguidos constituídos naquela altura. Esta posição surgiu após o Chega ter criticado a nomeação de Galamba para ministro das Infraestruturas, devido ao seu alegado envolvimento neste caso.

O Ministério Público investiga alegadas irregularidades na concessão à exploração de lítio, em Montalegre. A concessão dada à LusoRecursos acabou por ser revogada, com o então ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, a afirmar que houve “falta de profissionalismo” por parte daquela empresa.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal está a apurar eventuais crimes de tráfico de influência, corrupção e outros crimes económico-financeiros. Em causa estão eventuais favorecimentos ao consórcio EDP/Galp/REN para o milionário projeto do hidrogénio verde para Sines. A investigação acontece depois de suspeitas surgidas em 2019, com as autoridades a tentarem perceber se houve favorecimento àqueles grupos naquele que foi um dos maiores investimentos públicos dos últimos anos.

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