Centeno aconselha bancos a tomarem medidas para a mudança do ciclo económico

Apesar de evidenciar que os bancos estão a viver um bom momento, o governador do Banco de Portugal diz que o setor deve construir os buffers necessários para enfrentar uma mudança de ciclo económico.

Os bancos preparam-se para fechar o ano com lucros recorde, mas Mário Centeno chama a atenção para os desafios que o setor deverá enfrentar nos próximos tempos.

“É muito importante que o setor bancário planei os seus buffers, construa os buffers necessários, porque o ciclo pode mudar, vai mudar, não sabemos quando será. Mas temos de estar preparados”, referiu o governador do Banco de Portugal num encontro promovido esta quinta-feira pelo American Club de Lisboa.

“Nunca estamos preparados para a próxima crise”, sublinhou Mário Centeno.

No entanto, Centeno salientou que o setor bancário está a “viver um momento único em Portugal, com os bancos a apresentarem bons resultados, por via da subida das taxas de juro”, mas lembrou que os estes números surgem “depois de um ciclo muito negativo no passado.”

O governador do Banco de Portugal referiu ainda que “Portugal tem dos mais baixos níveis de crédito mal parado da Europa” e que os “os bancos portugueses até têm as provisões sobre imparidades maiores do que os seus pares europeus.”

Recorde-se que, recentemente, o Fundo Monetário Internacional sugeriu que os bancos europeus, inclusive os bancos portugueses, aumentassem os seus fundos próprios e as suas reservas de capital e que “se abstenham, na medida do possível, de pagar todo o acréscimo dos lucros através de dividendos” aos acionistas, referiu Alfred Kammer, diretor do FMI para a Europa num encontro com jornalistas europeus em Bruxelas, citado pela a Lusa.

O governador do Banco de Portugal não quis prestar declarações à margem da participação neste evento, numa altura em que se sabe que o nome de Mário Centeno foi um dos quatro propostos por António Costa ao Presidente da República na terça-feira, quando o primeiro-ministro se deslocou a Belém para apresentar a sua demissão, para formarem Governo. Os restantes foram António Vitorino, Carlos César e Augusto Santos Silva. O Presidente da República anuncia esta quinta-feira a sua decisão, depois de ouvir o Conselho de Estado.

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