Quem é o juiz Nuno Dias Costa, que vai aplicar as medidas de coação aos arguidos da Operação Influencer?

O juiz de instrução foi quem emitiu o mandado de captura contra João Rendeiro e condenou o diretor de comunicação do FC Porto a uma pena de prisão suspensa. Está no Ticão desde setembro.

O juiz de instrução que interroga os cinco detidos na chamada ‘Operação Influencer’ chama-se Nuno Dias Costa. O magistrado deverá decidir quais as medidas de coação aplicadas a Diogo Lacerda de Machado, amigo de Costa, Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de Costa, Nuno Mascarenhas, autarca de Sines, Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves, administradores da Start Campus entre domingo e segunda-feira.

Este domingo – da parte da manhã – acabam as alegações do Ministério Público e das defesas. Espera-se que o magistrado decida nas próximas 24 horas que medidas a aplicar, depois da proposta do Ministério Público.

Mas quem é Nuno Dias Costa?

Tem boa fama no meio judicial, conhecido por competência técnica e largos anos de experiência de instrução. Começou a ser falado no caso Rendeiro, em 2021, quando assinou o primeiro mandado de detenção internacional do antigo banqueiro. No ano seguinte, condenava João Carreira, o estudante de 19 anos, acusado de planear um atentado numa faculdade de Lisboa, a dois anos e nove meses por posse de arma proibida, mas não viu indícios quanto ao crime de terrorismo. Em junho deste ano, o juiz condenava o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, a uma pena de prisão suspensa de um ano e dez meses, no caso da divulgação de emails do Benfica. Alegou que o arguido “fez aquilo a que se chama a manipulação da informação”.

É filho de um histórico da Polícia Judiciária e ocupa o lugar de J3 no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde foi este ano colocado, segundo a revista Visão que acrescenta que é descrito pelos seus pares como um “magistrado sereno, educado, mas com mão firme no momento da decisão”

Nuno Miguel Silva Dias da Costa estava, até ao passado mês de setembro, colocado no J 22 do Juízo Central Criminal de Lisboa, tendo concorrido ao Tribunal Central de Instrução Criminal.

Vitor Escária e Diogo Lacerda Machado

Além dos dois administradores da Start Campus – Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves – que estão no centro das investigações, estão também detidos Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro exonerado, Diogo Lacerda Machado, advogado, consultor e amigo de António Costa e Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines.

Nuno Mascarenhas, foi primeiro a prestar declarações, na quinta-feira, seguindo-se Rui Oliveira Neves, Afonso Salema, Vítor Escária, e, por último, Diogo Lacerda Machado.

A operação de terça-feira do Ministério Público levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório e a constituição de quatro arguidos, designadamente o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira, e a empresa Start Campus.

Na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do ‘data center’ de Sines podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

O primeiro-ministro, António Costa, que apresentou a demissão na terça-feira, é alvo de uma investigação autónoma do MP num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.

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