Governo francês procura reduzir défice com venda de imóveis

  • ECO
  • 19 Novembro 2023

Além de abrir a porta para a venda de imóveis para equilibrar as contas públicas, o ministro das finanças francês assumiu a necessidade de rever os benefícios de desemprego.

As contas públicas do Estado francês estão longe de estarem num estado recomendável. Os últimos números revelam uma dívida pública que representava 111,9% do PIB no segundo trimestre e que ultrapassa o limiar simbólico de 3 biliões de euros (11 vezes mais que a dívida pública de Portugal).

Além disso, governo francês, segundo as suas previsões, deverá fechar este ano com um défice orçamental equivalente a 4,9% do PIB e terminar 2024 com um défice de 4,4% do PIB. No horizonte, o governo Emmannuel Macron tem a meta de baixar o défice orçamental para 2,7% do PIB até 2027.

Para alcançar as metas orçamentais, o governo francês estará a ponderar reduzir o parque imobiliário público, desde logo porque pretende reduzir em 25% a ocupação da administração pública com escritórios, revelam este domingo os ministros do Orçamento e das Finanças numa entrevista ao La Tribune.

“Existe uma verdadeira alavanca de poupança, em particular devido às novas formas de trabalho”, afirmou Thomas Cazenave, ministro do Orçamento, referindo-se ao aumento do trabalho a partir de casa na sequência da pandemia da Covid-19. E, por essa razão, “poderemos também considerar a venda de bens imobiliários”, acrescentou.

Cazenave destacou, por exemplo, que o rácio de área de escritórios por funcionário público é de 24 metros quadrados, um número que, segundo o ministro, fica acima dos padrões da indústria privada e longe da meta de 16 metros quadrados por funcionário que o Governo pretende alcançar.

Na mesma entrevista, o ministro das Finanças revelou que para o Governo conseguir baixar a taxa de desemprego de 7% para 5% até 2027, será necessário rever as políticas sociais, nomeadamente os subsídios de desemprego.

“Trabalhámos arduamente para passar de 9% para 7%, mas para passar para 5%, é preciso fazer escolhas corajosas… Todos os regimes que alimentam o desemprego dos idosos devem ser revistos“, afirmou Bruno Le Maire, ministro das Finanças.

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