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CIP critica atraso na aplicação do PRR e diz que Governo “não pode ficar parado”

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

“Seria um erro indesculpável” desperdiçar o PRR, o “principal instrumento” para relançamento da economia, diz Armindo Monteiro.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) criticou esta terça-feira o atraso na execução do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), considerando que “seria um erro indesculpável” desperdiçar aquele que classificou como o “principal instrumento” para relançamento da economia.

Numa mensagem vídeo transmitida no início do Fórum Regional da Indústria, que decorreu em Barcelos, Armindo Monteiro disse ainda que “não se compreende porque é que efetivamente há este atraso tão, tão forte” na aplicação das verbas do PRR.

“Esta introdução do PRR tem de ser efetivamente acelerada, ultrapassando os atrasos e os imensos bloqueios que temos vindo a testemunhar”, apelou, lembrando que aquele é “o principal instrumento para recuperar a economia” depois da pandemia”. Para o presidente da CIP, o Governo, mesmo estando de saída, fruto da anunciada dissolução da Assembleia da República e da consequente marcação de eleições antecipadas, “não pode ficar parado”.

“O Estado tem o dever, tem a obrigação de assumir plenamente a sua responsabilidade de decidir e fazer, em vez de suspender e adiar. A economia do país não pode parar”, vincou. Armindo Monteiro lembrou que Portugal vive “um período de enorme incerteza” política e económica, uma “dupla crise” que “encontra Portugal em plena contração económica”, com o PIB a cair em dois trimestres consecutivos e com uma previsão de crescimento “muito modesta” para 2024.

“Além disso, a crise que atravessamos ameaça prolongar-se e agravar claramente estas dificuldades”, acrescentou. Por isso, reiterou, as empresas “precisam de respostas”. “A situação ameaça tornar-se muito grave para as empresas e, naturalmente, ser grave para as empresas é grave para o país. Obviamente, desperdiçar o PRR seria um erro indesculpável, com graves consequências”, disse ainda.

Também na sessão de abertura do fórum, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Barcelos, João Albuquerque, aludiu igualmente à instabilidade económica, social e política do país para apelar ao trabalho em conjunto dos empresários para ultrapassar a crise. Albuquerque defendeu mesmo a necessidade de um plano de desenvolvimento regional para o setor têxtil, garantindo que a ideia “foi bem acolhida” por parte dos ministros da Economia e da Coesão Territorial.

“A ideia é que haja uma visão territorial com recursos financeiros alocados e com um plano no qual participemos todos”, explicou, adiantando que serão necessárias “algumas centenas de milhões de euros”. Uma das medidas que defendeu é uma ligação ferroviária direta entre os quatro municípios do chamado Quadrilátero Urbano (Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão).

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