Bolsa de Lisboa avança pela 10.ª sessão para máximos de quase 10 anos

A bolsa de Lisboa avançou pela décima sessão seguida esta quarta-feira e marcou um novo máximo de quase dez anos. O PSI fechou a ganhar 0,51% para 6.609,9 pontos, o nível mais elevado desde julho de 2014, pouco tempo depois da saída da troika de Portugal.

Mais: há dez sessões que o principal índice acionista português encerra com ganhos, algo nunca visto nos últimos 20 anos. Desde o dia 23 de novembro que não sabe o que é perder. Este ano o PSI já acumula uma valorização de quase 20%.

A descida da inflação e as perspetivas de que os bancos centrais vão começar a descer as taxas de juro no próximo ano estão a alimentar o otimismo dos investidores, de acordo com os analistas. E não é só cá em Lisboa. Lá por fora, o DAX de Frankfurt está a cotar em máximos históricos.

“Às expectativas de que 2024 seja um ano de cortes na taxa de juro diretora do BCE, com o primeiro a poder ocorrer logo no primeiro trimestre e o mercado a atribuir probabilidade de seis descidas no conjunto do ano, juntou-se a indicação de que as empresas nos EUA criaram menos emprego quer o esperado em novembro, alimentando esperanças de que um arrefecimento no mercado de trabalho continue a sustentar a tão desejada descida da inflação e possa vir a justificar também uma política monetária menos agressiva da Fed”, referiram os analistas das sala de mercados do BCP.

“Como reflexo, assistimos a um alívio das yields de dívida soberana dos dois lados do Atlântico, o que sopra a favor dos mercados de ações”, acrescentaram.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos caíram para 2,864% esta quarta-feira, o valor mais baixo do último ano. Espanha e Itália observaram comportamentos semelhantes.

As praças de Madrid, Paris e Milão fecharam também com ganhos entre 0,2% e 1%.

Mota dispara 5% após ganhar obra do Metro de Lisboa de 322 milhões

No PSI, a estrela do dia foi a Mota-Engil: as ações da construtora nacional valorizaram 5,2% para 4,06% e está a cotar em máximos de 2018. Isto acontece depois de ter conquistado a obra de expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa, num negócio de 322 milhões de euros.

Foram sete as cotadas que encerraram o dia em alta, sendo que o setor das renováveis também esteve em destaque, com a Greenvolt a somar 3,81% para 7,225 euros e a EDP Renováveis a avançar quase 3%, arrastando consigo a casa-mãe EDP para ganhos de 1,67%.

Entre as seis ações que perderam valor encontram-se os pesos pesados Galp e BCP, que cederam 0,89% e 0,46%, respetivamente.

Os preços do barril de petróleo estão em forte queda, com o Brent para entrega a 28 de dezembro a ceder 3,64% para 74,39 dólares. O barril está abaixo da fasquia dos 75 dólares pela primeira vez desde julho.

(Notícia atualizada às 17h17)