Vodafone aceita ceder espetro e fibra à Digi para poder ficar com Nowo

Operadora liderada por Luís Lopes aceitou ceder 40 MHz de espetro à Digi e o acesso à sua rede de fibra ótica, para tentar que a Concorrência aprove a compra da Nowo.

A Vodafone celebrou um acordo com a Digi que prevê a cedência de 40 MHz de espetro a esta última, bem como o acesso da Digi à rede de fibra ótica da Vodafone. A Digi é uma nova empresa de telecomunicações em Portugal, que deverá lançar os primeiros tarifários no início de 2024.

A informação foi avançada pela própria Digi esta segunda-feira, sendo que o acordo representa um compromisso da Vodafone para tentar convencer a Autoridade da Concorrência a aprovar a compra da Nowo, estando sujeito a aprovação, confirmou também a Vodafone.

“A Vodafone Portugal celebrou um acordo com a Digi, que prevê a cedência de espetro da Nowo e acesso à oferta grossista bitstream da rede de fibra ótica detida pela Vodafone. Este acordo integrará a proposta de remédios a apresentar à Autoridade da Concorrência, no âmbito da operação de compra da Nowo que está atualmente em análise, estando por isso este acordo ainda sujeito à aprovação das entidades reguladoras competentes”, confirmou ao ECO fonte oficial da Vodafone, depois de contactada sobre este tema.

Num comunicado ao mercado, a Digi, que se prepara para lançar as primeiras ofertas de telecomunicações em Portugal, dá mais detalhes sobre esse acordo: segundo a nota assinada pelo CEO, Serghei Bulgac, pressupõe que a Vodafone ceda à Digi 20 MHz na faixa dos 1.800 MHz e 20 MHz na faixa dos 3.400-3.800 MHz, e dê acesso grossista à sua rede de fibra. É ainda referido que o acordo está ligado à compra da Nowo pela Vodafone.

Se a Autoridade da Concorrência aprovar o negócio, a Digi ficará a deter mais espetro para fornecer um serviço móvel melhor aos futuros clientes, passando ainda a poder fornecer serviços de fibra ótica assentes na rede da Vodafone. Como noticiou o ECO em maio de 2022, a intenção da Digi é lançar serviços 5G e também ofertas assentes em fibra.

Foi a 30 de setembro de 2022 que a Vodafone anunciou a intenção de comprar a totalidade da Nowo aos espanhóis da MásMóvil. Desde então, o negócio encontra-se a ser analisado pelo regulador da concorrência, sem desenvolvimentos notórios, perante as queixas do grupo, que diz estar a enfrentar “resistência” da autoridades portuguesas à concretização da operação. A Autoridade da Concorrência tem poder para chumbar a concretização da fusão.

Apesar das preocupações do regulador da concorrência, que abriu uma “investigação aprofundada” à operação, a Anacom, o regulador das comunicações, acredita que a Digi vai agitar o mercado das telecomunicações e forçar uma descida dos preços. Na sexta-feira, João Cadete de Matos, que está de saída da presidência da Anacom, disse que a Digi pratica em Espanha “metade dos preços cá”, com fidelizações de três meses, que comparam com os 24 meses praticados pelas principais empresas de telecomunicações em Portugal.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h02)

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