Fidelidade aprova entrada em bolsa da Luz Saúde

Assembleia geral de acionistas acabou de aprovar os planos para colocar a Luz Saúde em bolsa. IPO só avançará no próximo ano. Administração do grupo de saúde reforçado com três mulheres.

A Luz Saúde deu mais um passo rumo à bolsa de Lisboa. A Fidelidade aprovou esta sexta-feira os planos para avançar com a oferta pública inicial (IPO) do grupo de saúde. Uma operação que terá lugar no próximo ano e deverá avaliar a empresa liderada por Isabel Vaz acima dos mil milhões de euros.

“Todos os pontos da assembleia geral foram aprovados”, adiantou fonte oficial da Fidelidade ao ECO, fazendo notar que não fará mais comentários sobre o tema daqui para a frente.

Eram seis pontos que estavam na ordem de trabalhos, incluindo o aumento até 20% do capital que está reservado aos novos acionistas institucionais que serão selecionados para participar na oferta de ações da Luz Saúde detidas pela Fidelidade – a seguradora, controlada pela Fosun (85%) e Caixa (15%), detém 99,85% do capital da empresa de saúde.

Foi igualmente aprovada a proposta relativa à admissão da totalidade das ações da Luz Saúde à negociação no mercado regulamentado gerido pela Euronext Lisbon.

A seguradora quer vender uma posição minoritária na Luz Saúde, devendo alienar entre 30% a 45% do capital. A Fidelidade espera obter uma avaliação de mais de mil milhões de euros para o grupo que tem 28 unidades hospitalares e clínicas e perto de 14 mil funcionários em Portugal. Perspetiva-se o maior IPO em dez anos com o regresso da Luz Saúde à bolsa, de onde havia saído em 2018.

O aumento de capital servirá para a Luz Saúde “obter capitais próprios adicionais para o desenvolvimento da sua atividade”, enquanto a entrada de novos acionistas permitirá à Fidelidade reduzir a exposição ao grupo de saúde.

Fonte da Fidelidade havia sinalizado ao ECO que o processo de venda da Luz Saúde “apenas terá lugar se estiverem reunidas as condições que o acionista vendedor considera adequadas para tal”. O Expresso avança esta sexta-feira que só avançará depois das eleições legislativas, marcadas para 10 de março.

Três mulheres reforçam administração, auditor KPMG regressa

Também foram aprovados os novos órgãos sociais da Luz Saúde. O conselho de administração será reforçado com três mulheres a partir de 1 de janeiro, com a entrada de Margarida Barros Couto (sócia fundadora da sociedade de advogados Vieira de Almeida e administradora não executiva dos CTT), Maria Toucedo Lage (general counsel e secretária-geral da Fidelidade) e Teresa Leitão Abecasis (administradora da Manuel Champalimaud SGPS).

As três juntam-se à única mulher que está atualmente no board, Isabel Vaz, que se manterá como vice-presidente e CEO do grupo. Com estas mudanças, a Luz Saúde assegura que tem 33% do género sub-representado no board, regra que as empresas cotadas em bolsa têm de cumprir desde 2020, como avançou o ECO.

Quanto à comissão executiva, vai manter os mesmos cinco nomes, com Isabel Vaz a liderar uma equipa com os vogais Artur Morais Vaz, Ivo Antão, João Abreu Novais e Tomás da Fonseca.

A assembleia geral extraordinária aprovou ainda um novo revisor de oficial de contas (ROC) para o mesmo mandato de quatro anos: a KPMG passa a auditar as contas no lugar da EY. A necessidade de mudar de auditor decorre do facto de “o atual se encontrar em funções na sociedade há mais de dez anos”, quando as regras da bolsa para a auditoria obrigam a mudar de ROC caso este esteja em funções há mais de uma década.

A Luz Saúde registou rendimentos operacionais de 600 milhões de euros em 2022, um aumento de 10,6% em comparação com 2021. Fechou o ano passado com lucros de 26,9 milhões de euros, mais 62% em termos homólogos.

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