Salários no setor tecnológico “vão crescer menos de 10%” este ano

Escassez de talento na tecnologia deverá manter-se, mas, depois de dois anos de "salários exorbitantes", espera-se que os ordenados subam menos do que até aqui. Landing Jobs aponta para menos de 10%.

Os salários praticados no setor tecnológico deverão crescer menos de 10% ao longo deste ano. A previsão é da Landing Jobs, recrutadora especializada na área tecnológica, que acaba de divulgar as suas projeções para o mercado em questão quanto a 2024.

“Os salários do setor tecnológico vão subir menos de 10%, à medida que o mercado estabiliza no pós frenesim de contratações“, sublinha a empresa portuguesa, na sua análise.

Em concreto, em 2021 e 2022, com os mercados a recuperar do impacto da crise pandémica, houve um “disparo excecional” das contratações, tendo sido praticados “salários exorbitantes”.

Tal cenário resultou, contudo, num “efeito de ressaca inevitável“, realça a Landing Jobs. Em consequência, o setor tecnológico entrou numa fase de racionalização, “com as organizações a reavaliarem as suas estratégias de recrutamento e os seus modelos de recursos humanos”, de modo a garantir o uso otimizado dos seus recursos e a sua competitividade no mercado.

Aliás, ao longo do último ano, foram várias as empresas deste setor que avançaram com rescisões, decisão que os especialistas consideraram uma correção face às contratações excessivas que tinham sido feitas nos anos anteriores.

E será também em reação a esses anos de grandes esforços de recrutamento e de saltos salariais que em 2024 os ordenados deverão crescer menos do que noutros tempos, projeta a Landing Jobs. “O mercado está ainda no processo de correção”, sublinha a recrutadora.

Por outro lado, os trabalhadores que exercem as suas funções remotamente deverão sentir um aumento salarial mais significativo do que os demais, é destacado na análise.

Já quanto às contratações, a Landing Jobs prevê que a globalização vai acelerar, uma vez que a escassez de talento neste setor deverá persistir.

Não há outra forma de lidar com a escassez crescente de talento“, salienta a recrutadora, referindo ao recrutamento de trabalhadores remotos e à criação de novos hubs em países diferentes daqueles em que as empresas já têm presença, para captar novos profissionais.

Ainda quanto à gestão de recursos humanos, é de realçar também que o recurso a profissionais independentes deverá aumentar, sobretudo entre os trabalhadores com mais experiência. Isto uma vez que tal regime tende a ser mais atrativo fiscalmente, ainda que não garanta o mesmo tipo de estabilidade laboral que um emprego dependente, observa a Landing Jobs.

Outra tendência prevista para o mercado de trabalho tecnológico deverá ser o aumento da relevância do employer branding, segundo a análise em causa.

“Num mercado saturado com competição e definido pela escassez de talento, as empresas devem investir seriamente na sua diferenciação como fator crítico para cumprirem as suas metas de recrutamento”, recomenda a Landing Jobs.

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