Seguros de incêndio é das linhas de negócio do setor mais exposta a riscos climáticos
O relatório da ASF dá conta dos níveis de exposição a riscos climáticos transitórios das linhas de negócio do setor segurador.
“A linha de negócio segurador Não Vida de Incêndios e Outros Danos em Coisas é identificada como a mais exposta às alterações climáticas.”, concluiu a primeira edição do Relatório anual de Exposição ao Risco Climático dos Setores Segurador e dos Fundos de Pensões lançado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) esta quarta-feira.
O relatório explora a exposição a riscos climáticos de transição (isto é, aqueles que decorrem de uma economia em transformação para eliminar as emissões de dióxido de carbono) “por via de títulos de dívida pública, dívida privada e títulos acionistas, e a exposição a riscos climáticos físicos por via de coberturas seguradoras comercializadas no domínio de negócio segurador Não Vida”. O relatório também avaliou a “integração dos riscos de sustentabilidade no sistema de governação das empresas de seguros e sociedades gestoras de fundos de pensões”. Finalmente, o relatório agrega riscos que podem emergir. Pode consultar o relatório completo carregando aqui.
De acordo com a autoridade reguladora, as principais conclusões do estudo são as seguintes: os setores segurador e de fundos de pensões estão expostos a níveis moderados de riscos climáticos de transição por via das suas carteiras de dívida privadas; é limitada a exposição a riscos climáticos de transição a detenção direta de títulos acionistas; entre os títulos privados, aqueles relacionados com a água e eletricidade “foram identificados como os mais propensos a sensibilidade à transição para uma economia de baixo carbono.“; é contida a exposição dos setores “aos riscos decorrentes da transição dos diversos países para a neutralidade carbónica” por via dos títulos soberanos.
Além disso, segundo a ASF, “o reinvestimento de montantes vincendos e a realocação de investimentos terão um papel chave na exposição dos setores supervisionados pela ASF a riscos climáticos de transição, dado que estes riscos se encontram, maioritariamente, por materializar.”.
“Quanto à integração dos riscos de sustentabilidade nas práticas de governação, no setor segurador as atividades de investimento afiguram-se como a componente com uma integração mais avançada. As componentes de subscrição e de políticas de remuneração revelam os estágios menos desenvolvidos.”, concluiu a autoridade supervisora de seguros.
Para desenvolver o estudo foi elaborado um questionário preparado pela ASF, respondido por seguradoras e fundos de pensões, sobre estratégia, governação, atividades de investimento, atividades de subscrição e comercialização de produtos financeiros, politicas de remuneração e divulgação de informação de sustentabilidade. Para as primeiras foi ainda analisado “os aspetos climáticos nos relatórios de exercício de autoavaliação do risco de solvência”, lê-se no site.
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