Banco de Fomento acelera execução do PRR no final de 2023

Banco de Fomento contratou mais 5 operações do Programa de Venture Capital no final de 2023, já escolheu a primeira sociedade gestora do Programa Deal-by-Deal e há mais um investimento no Consolidar.

O Banco de Fomento já contratou 12 operações do Programa de Venture Capital, financiado pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR). Restam apenas três capitais de risco, já que uma desistiu do programa. Por outro lado, já foi credenciada a primeira sociedade gestora de capital, a Indico Capital Partners, no programa Deal-by-Deal. E são já 12 as empresas que integram o Programa Consolidar. Em causa estão 66 milhões de euros investidos em beneficiários finais.

Este é o mais recente balanço da atividade do Banco de Fomento, que esta sexta-feira emitiu um comunicado no qual sublinha que contratou 864 milhões dos 1.300 milhões de euros do FdCR (67% da dotação global), ou seja, 214 milhões de euros acima da meta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevista para 2023, depois da reprogramação da bazuca. De sublinhar que este valor tem em conta o montante contratado com as sociedades gestoras e não as verbas que efetivamente já chegaram às empresas.

“Até 31 de dezembro de 2023, o BPF aprovou operações que totalizam 1.006 milhões de euros através de quatro programas – Consolidar, Recapitalização Estratégica, Venture Capital e Deal-by-Deal – representando 76% da dotação total do FdCR. Do total, 864 milhões de euros foram contratualizados, com mais de 779 milhões destinados às sociedades de capital de risco para investimento em empresas e 108 milhões de euros correspondentes a investimento direto e indireto do FdCR, já entregues a 20 empresas”, lê-se o comunicado. Ou seja, só 8% do FdCR chegou aos beneficiários finais.

Os dados agora avançados revelam ainda que o Banco contratou 114 milhões de euros no espaço de dois dias, já que a 29 de dezembro estavam contratados 750 milhões e a 31 de dezembro 864 milhões, confirmou ao ECO fonte oficial do banco.

Até agora, o Banco de Fomento está a trabalhar com 19 sociedades gestoras nos quatro programas financiados pelo FdCR, o fundo com uma dotação de 1,3 mil milhões de euros provenientes do PRR, mas o objetivo é que este número suba para 22 já que, com a celebração de “três novos contratos com sociedades aprovadas no âmbito do Programa de Venture Capital” que estavam inicialmente previstos ser fechados em janeiro deste ano.

O Programa de Venture Capital atraiu inicialmente 44 candidaturas das quais foram escolhidas 16. Começou com uma dotação de 200 milhões de euros, duplicada depois para 400 milhões, que permitirá potenciar um investimento de 652,25 milhões na capitalização de empresas viáveis. Este programa destina-se a apoiar o investimento em empresas prioritariamente nas fases de arranque, através da subscrição de fundos de capital de risco geridos por intermediários financeiros.

Até 31 de dezembro foram contratadas 12 sociedades gestores e há mais três aprovadas. As 16 escolhidas ficam reduzidas a 15 após a desistência da Biovance Capital Parteners que se propunha investir 60 milhões de euros alavancados com 15,9 milhões do FdCR. Era uma das capitais de risco que se propunha investir mais, a par da Indico Capital Partners que já foi contratada, mas que assenta numa percentagem muito menor de capitais próprios (25 milhões de euros contra 35 milhões do FdCR).

Programa Venture Capital

Foi também a Indico a primeira sociedade gestora escolhida para o Programa Deal-by-Deal. “É importante destacar que a Indico Capital Partners, sociedade gestora de capital, foi recentemente credenciada”, avançou ao ECO fonte oficial do banco liderado por Ana Carvalho e Celeste Hagatong. Este programa de coinvestimento, para fomentar a constituição de novas empresas e/ou capitalização empresarial, prioritariamente nas fases de arranque, tem uma dotação de 200 milhões de euros e recebeu 24 candidaturas. Mas só foram consideradas elegíveis 15, que têm subjacente um investimento de 54,63 milhões do FdCR. O programa que promove o investimento ainda está numa fase preliminar, sem operações concretizadas, revela o BPF em comunicado.

Outras as alterações registadas no final do ano, foi o primeiro investimento da HCapital Partners no âmbito do Consolidar. A escolha da sociedade liderada por João Arantes Oliveira foi a SmartMonkey Scalable Computing, uma empresa espanhola ainda na fase semente que digitaliza o processo diário de planeamento de rotas para as empresas de logística e transporte, que promete aos clientes 30% de economias de custos. A HCapital investiu 750 mil na empresa. Mas, à semelhança do que aconteceu com a Growth Partners Capital que também investiu em empresas espanholas, estes investimentos não têm comparticipação do FdCR.

“Há uma condição importante a ser observada: cada Fundo de Capital de Risco (FCR) deve investir, em empresas sediadas ou a operar em Portugal, um valor no mínimo igual à quantia investida pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) nesse mesmo fundo”, já tinha explicado ao ECO fonte oficial do Banco de Fomento. Embora os investimentos internacionais sejam permitidos, “está contratualmente estabelecido que o Fundo deverá investir em empresas estabelecidas ou a operar em Portugal num montante, pelo menos, igual à dotação realizada pelo FdCR no FCR”, acrescentou a mesma fonte.

Programa Consolidar

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