PSD vê economia a crescer 3,5%, exportações 4% e investimento 5%. É mais otimista que Costa

“Contributo do comércio externo será moderado. A grande componente é o investimento”, explicou ao ECO uma fonte conhecedora. Exportações vão crescer 4% no final da legislatura e emprego mais de 1%.

A economia a crescer 3,5%, a dívida pública inferior a 90% do PIB, um ligeiro excedente orçamental, o emprego a crescer acima de 1% e as exportações mais de 4% até ao final da legislatura. Estes são os grandes números do cenário macroeconómico que servirá de base ao programa eleitoral da nova Aliança Democrática (AD).

Estas são previsões muito mais otimistas face ao que o Executivo de António Costa tinha inscrito no Programa de Estabilidade 2023-2027, que aponta para um crescimento real do PIB de 1,8% em 2027, o mesmo que estava previsto para 2023. Os anos de maior crescimento são 2024 e 2025 com uma previsão de progressão económica de 2%, anos em que estão previstos os maiores volumes de investimento público alavancado por fundos europeus. Em contrapartida, o cenário macroeconómico do PSD prevê um crescimento de 3,5% até 2028, a que se seguirá uma progressão de 4% na legislatura seguinte, avançam esta sexta-feira o Expresso (acesso pago) e o Jornal Económico (acesso pago), valores que o ECO confirmou.

Este cenário foi apresentado na terça-feira aos 17 economistas com quem Luís Montenegro reuniu e ainda não está fechado. Montenegro explicou, em conferência de imprensa, que o encontro serviu para a AD “fazer uma análise das políticas públicas nos próximos anos dentro de um contexto de desagravamento fiscal e de investimento”, remetendo a apresentação do cenário macroeconómico e das propostas para depois.

Montenegro recordou as medidas para baixar o IRS — focadas na classe média e nos mais jovens — e o IRC de 21% para 15% ao longo de três anos. Medidas que começarão a produzir efeitos à medida que a legislatura avança e permitirão, segundo o PSD, alavancar taxas de crescimento maiores.

“O contributo do comércio externo será moderado. A grande componente é o investimento”, explicou ao ECO uma fonte conhecedora dos números. A previsão é que as exportações comecem por crescer 2,5% em 2024, tido como “um ano mais fraco”, caminhando depois para uma progressão de 4% no final da legislatura. Já o investimento deverá crescer para um máximo de 5%, estabilizando depois na casa dos 3% a 3,5%, apurou o ECO.

O consumo privado deverá crescer menos em 2024, mas a partir do próximo ano deverá andar sempre acima dos 2%, segundo as contas do PSD. Já o consumo público deverá crescer entre um e 2%. No Programa de Estabilidade a previsão de evolução do consumo privado é de 0,6%, do consumo público de 2,6. Já as exportações deverão crescer 4,3% e o investimento 3,4%, de acordo com as previsões socialistas.

O cenário macroeconómico do PSD aponta ainda para um crescimento do emprego de 0,4% este ano e, depois disso, sempre acima de 1% (entre 1,1% e 1,5%). Já a produtividade do emprego deverá evoluir entre 1% e 2%, sendo que os 2% só serão atingidos em 2028.

No que se refere às contas públicas o objetivo é conseguir um ligeiro excedente, mas sem obsessões, e reduzir a dívida pública para 90% do PIB. Uma tarefa simplificada pelo brilharete orçamental que o ministro das Finanças, Fernando Medina, faz questão de deixar como legado – uma dívida abaixo dos 100% do PIB já em 2023. Mas como o cenário macro do PSD só será aprovado na próxima semana, ainda está em discussão a possibilidade de se ir mais longe e reduzir a dívida para 85% do PIB.

O Programa de Estabilidade previa uma redução de 22 pontos percentuais entre 2022 e 2027, ou seja, chegar ao final da legislatura com uma dívida pública de 92% do PIB. Tanto no cenário do PSD como do PS, o esforço de redução da dívida iria retirar Portugal definitivamente do grupo de países mais endividados e enfrentar com total tranquilidade a revisão das regras orçamentais na Zona Euro.

No Programa de Estabilidade, António Costa também inscreveu um equilíbrio das contas públicas em 2026 e um excedente orçamental de 0,1% em 2027.

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