Dívida pública desceu 9,4 mil milhões de euros em 2023. “Só aconteceu duas vezes nos últimos 50 anos”

"Os dados mostram que a queda da dívida em percentagem do PIB foi acompanhada de queda da dívida em valor real", indicou Medina.

A dívida pública reduziu-se, em termos absolutos, em 9,4 mil milhões em 2023, revelam os dados do Banco de Portugal divulgados esta quinta-feira. Esta “diminuição em termos reais só aconteceu duas vezes nos últimos 50 anos”, destaca o ministro das Finanças, em conferência de imprensa de apresentação dos dados.

“Os dados mostram que a queda da dívida em percentagem do PIB foi acompanhada de queda da dívida em valor real. Devemos menos 9,4 mil milhões de euros do que no ano passado”, indica Fernando Medina.

Esta redução em termos absolutos apenas tinha acontecido em 2021, quando a dívida pública caiu 1,4 mil milhões de euros. A diminuição da dívida pública vai permitir poupar 3.300 milhões em juros em dez anos, de acordo com os cálculos apresentados por Medina.

Com esta trajetória de redução, Portugal sai “claramente do grupo dos países mais endividados da Europa” e tem também uma “posição mais segura e protegida perante instabilidades e incertezas ate este resultado”.

O ministro explica que este resultado foi possível devido a “muitas circunstâncias”, com destaque para o “crescimento da economia e emprego”. “Os dados do emprego mostram que batemos de novo um máximo histórico de pessoas a trabalhar no nosso país”, nota, sendo que há por isso “mais pessoas a trabalhar, a receber salários e a gerar receita fiscal.”

O emprego foi assim uma “chave”, que “permitiu ir ultrapassando o que era os valores estimados de receita fiscal”. Medina assegura ainda que “não deixou de ser feito nada, houve mais investimento público do que tinha havido” no ano anterior, ainda que tenha sido inferior ao orçamentado.

Depois, o ministro diz que a inflação também teve impacto na redução da dívida. “O resultado final em termos de dívida pública tem quatro variáveis: uma grande variável em sentido negativo é a fatura com juros”, mas na diminuição temos três linhas: crescimento da economia, inflação e saldos primários.

Apesar da inflação ter sido generalizada pela Europa, o “que já foi um quadro de exceção no quadro europeu foi apresentarmos saldos primários positivos, não desperdiçámos a dinâmica de crescimento e de inflação ao parar e deixar de ter saldos primários positivos”, reitera. “Seria desaproveitar uma oportunidade histórica em 30 anos”, assume, sendo que a “inflação é uma ajuda para os devedores.”

(Notícia atualizada às 14h20)

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