Banqueiros elogiam redução da dívida pública. “Agora não haja desgoverno”, pedem

CEO da Caixa destacou que alívio da dívida pública para menos de 100% do PIB é "especial" pois vai baixar juros pagos pelos contribuintes. Líder do BCP não quer desgoverno em cenário eleitoral.

Os líderes dos principais bancos em Portugal elogiaram a redução do peso da dívida pública para um patamar inferior aos 100% e reclamam agora que “não haja desgoverno” por conta das eleições.

A maior vitória, nos últimos anos, foram as contas públicas equilibras e a sustentabilidade da dívida pública. (…) Acho importantíssimo para o futuro, temos responsabilidade coletiva que não haja desgoverno nesta matéria”, referiu o CEO do BCP, Miguel Maya, na conferência Fórum Banca, organizada pelo Jornal Económico.

Maya havia tocado no ponto das eleições, das quais não tem receio de que possam colocar em risco os resultados alcançados até agora. “Temos de estar preparados para qualquer resultado que surja. Temos uma democracia consolidada. Pode haver instabilidade, mas não há uma transformação que possa por tudo em risco“, disse o líder do BCP.

O Banco de Portugal anunciou esta quinta-feira que a dívida pública caiu para 98,7% do PIB no final do ano passado.

“A redução da dívida pública não deve ser minimizada. Os economistas não podem dizer que era um elefante na sala e agora que não é nada especial. É especial no sentido de fortalecer o rating das empresas. E no sentido de que vai diretamente ao bolso dos contribuintes nos juros pagam pelo serviço da dívida”, disse Paulo Macedo.

O líder da Caixa destacou que Portugal já paga taxas de juro abaixo de Espanha e Itália e “vamos ver o que vai acontecer em relação a França”.

O governador do Banco de Portugal também elogiou a redução da dívida, dizendo que “não é um epifenómeno, não é uma situação que acontece por acaso”. Antes, prosseguiu Mário Centeno, “resultou de um esforço que passa pelas famílias, empresas e, necessariamente, pelo Estado”, sendo “um caminho que temos de continuar a fazer”.

Do ponto de vista macroeconómico, Portugal realizou um caminho “muito pouco habitual”, disse ainda o ex-ministro das Finanças, porque conseguiu “desalavancar, investir e crescer” ao mesmo tempo. “Não é um resultado muito habitual, foi o que Portugal fez na última década”, frisou.

Já o CEO do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, disse que “ter contas certas é o mínimo”. “É como ter um terreno limpo, é melhor do que ter um terreno com imensos pedregulhos como tínhamos em 2011 ou 2012. Mas convém semear alguma coisa”, apontou. “O problema de Portugal é de crescimento, há 20 anos que não crescemos”, referiu Castro e Almeida.

Neste ponto, os líderes do Banco Montepio e do BPI exigiram uma maior ambição. “Precisamos de uma agenda mais ambiciosa”, salientou Pedro Leitão. Num outro painel, João Pedro Oliveira e Costa referiu que “não pode haver conformismo”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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