Portugal entra em novo projeto europeu de hidrogénio renovável de 6,9 mil milhões

Comissão Europeia autoriza utilização de 6,9 mil milhões de fundos públicos para avançar com projeto de interesse comum na área do hidrogénio renovável. Fusion Fuel e Winpower representam Portugal.

A Comissão Europeia anunciou que será lançado um novo projeto de interesse comum focado na cadeia de valor do hidrogénio, em particular na infraestrutura necessária. Portugal é um dos sete Estados-membros envolvidos e que, em conjunto, vão investir quase 7 mil milhões de euros neste projeto. As empresas Fusion Fuel e a Winpower representam Portugal.

Portugal junta-se a França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Polónia e Eslováquia, num grupo de sete países que irão trabalhar no Hy2Infra, que ganhou o estatuto de Projeto Importante de Interesse Comum Europeu (IPCEI).

Estes Estados-membros irão fornecer até 6,9 mil milhões de euros de fundos públicos, o que se espera que desbloqueie 5,4 mil milhões em investimento privado. “O IPCEI comporta riscos financeiros significativos. Por isso é necessário apoio público, para dar incentivos para as empresas avançarem com investimento”, lê-se num comunicado publicado na página da Comissão Europeia.

Portugal, à semelhança de outros países, inclui a participação no IPCEI Hy2Infra no respetivo Plano de Recuperação e Resiliência, informa a nota. Sobre a contribuição de cada país, a CE não adianta mais informação, remetendo esses detalhes para uma próxima comunicação, após ter conferenciado com os países e terceiros acerca de potenciais segredos de negócio que eventualmente devam ser ocultados.

A CE diz ter verificado que estes apoios não distorcem a concorrência. Além disso, “se os projetos cobertos pelo IPCEI acabarem por ser muito bem-sucedidos, gerando receitas líquidas extra, as empresas devolverão parte do apoio ao Estado-membro correspondente”, explica a entidade.

Fusion Fuel e Winpower representam Portugal

O Hy2Infra abarca 32 empresas com atividade num ou mais países do bloco, incluindo pequenas e médias empresas. Estes participantes vão desenvolver 33 projetos, que vão cobrir uma “larga parte” da cadeia de valor do hidrogénio.

Em causa está a instalação de 3,2 gigawatts de eletrolisadores de larga escala, equipamentos que servem para produzir hidrogénio renovável. Em paralelo, projeta-se a construção de 2.700 quilómetros de rede de distribuição de hidrogénio e a aposta em 370 gigawatts-hora de armazenamento. Por fim, está prevista a construção de terminais, em portos, preparados para receber hidrogénio renovável liquefeito.

No caso de Portugal, tem duas representantes na área dos eletrolisadores, a Fusion Fuel e a Winpower. A primeira desenvolveu o seu próprio desenho de eletrolisador, e tem captado financiamento europeu para vários dos seus projetos.

Já a Winpower apresenta-se como uma empresa portuguesa de engenharia com “mais de 30 anos de experiência no setor da energia”, estando presente na Europa, África e América. Dá conta de projetos de energia eólica e fotovoltaica até energia térmica.

“Espera-se que os vários projetos sejam implementados no curto prazo”, lê-se no comunicado emitido pela Comissão Europeia. Por exemplo, os eletrolisadores de larga escala já deverão estar operacionais entre 2026 e 2028, assim como alguma da rede, prevista para o período entre 2027 e 2029. Todos os projetos deverão estar concluídos em 2029.

O objetivo é dar um impulso no fornecimento de hidrogénio renovável, reduzindo a dependência de gás natural, e ajudando à concretização dos objetivos europeus no âmbito do Pacto Ecológico Europeu e do pacote Repower EU.

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