IEFP lança nova plataforma para combater desemprego jovem

Metade dos jovens que não tem trabalho não está inscrita no IEFP. Acaba de ser lançada uma nova plataforma para mudar esse cenário. "Política pública só opera" sobre os inscritos, diz diretora ao ECO.

Entre os milhares de jovens em Portugal que não têm trabalho nem estudam, só metade está inscrita no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Um cenário que tem ser contrariado, já que a “política pública só opera” sobre quem está inscrito. O aviso é deixado, em conversa com o ECO, pela diretora executiva do projeto Garantia Jovem, que acaba de lançar uma nova plataforma com vista a chamar para o sistema mais jovens e facilitar, à boleia, a sua integração no mercado.

A Garantia Jovem é um projeto que tem sido desenvolvido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e cujo objetivo é apoiar os jovens (até aos 29 anos) que nem estudam nem trabalham a encontrarem um novo emprego, estágio ou oportunidade de formação.

Este projeto nasceu em 2014, por recomendação da Comissão Europeia, numa altura em que o desemprego jovem nos países do bloco comunitário estava em níveis elevados. Em 2020, foi reforçado, face ao impacto da pandemia no emprego jovem. E acaba agora de ganhar uma nova plataforma digital.

“Neste momento, a ideia é relançar o projeto e dinamizá-lo mais. A plataforma anterior tinha sido desenhada há dez anos. Achamos que não estava adaptada às necessidades atuais dos jovens“, sublinha a diretora executiva do Garantia Jovem, Sara Ramos, em conversa com o ECO.

A nova plataforma tem, portanto, uma “linguagem mais próxima dos jovens“, é “mais apelativa” e disponibiliza mais informação sobre as oportunidades de emprego, estágios e formação que estão registadas no IEFP.

Os interessados podem fazer “em dois minutos” o registo dos seus dados, bem como indicar o tipo de oportunidade que procuram. Está também disponível na plataforma informação, por exemplo, sobre os programas de apoio à contratação hoje disponíveis e sobre as bolsas para formação.

Ao ECO, Sara Ramos realça que boa parte dos jovens que estão hoje sem trabalho e não estudam não está ainda registada nos serviços públicos de emprego, cenário que a nova plataforma também pretende combater. “O objetivo é chegar àqueles que ainda não chegaram a nós para resolver a sua situação”, declara a diretora executiva.

A responsável explica que pode haver várias razões para metade dos jovens ainda não terem a sua inscrição: primeiro, a falta de informação, isto é, como não têm descontos feitos para a Segurança Social, não têm direito a prestações sociais e, por isso, julgam não haver benefício em estarem registados no IEFP; Segundo, algum desencorajamento ou até por os jovens pensarem que conseguem “resolver sozinhos o seu problema“; E terceiro, a economia informal, ou seja, são jovens que não estão “verdadeiramente desocupados”, apesar de constarem como tal nas estatísticas.

“Queremos baixar o número de jovens que não estão registados no IEFP. A política pública só opera sobre os que estão inscritos“, frisa a responsável.

Em termos europeus, a meta é chegar a 2030 com 9% de jovens que nem estudam, nem trabalham. Em Portugal, a fatia está hoje em 8,5%, o que significa que “o país já está a cumprir a meta“. Mas Sara Ramos assegura que a vontade é baixar ainda mais o peso dos jovens que nem estudam nem trabalham, através do Garantia Jovem.

Por isso, depois de inscritos na nova plataforma, os jovens são contactos para receberem orientações quanto às ações em curso do Garantia Jovem. De acordo com as suas expectativas, são encaminhados para ofertas de ensino, formação, estágio ou emprego.

O compromisso é que em quatro meses seja feita ao jovem uma oferta de emprego, de continuação dos estudos, de formação profissional ou de estágio.

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