BCP quadruplica lucros para 856 milhões em 2023

BCP registou lucros de 856 milhões de euros no ano passado, mais do que quadruplicando face a 2022. Margem financeira disparou com a subida das taxas de juro do BCE.

À boleia da subida das taxas de juro, o BCP conseguiu multiplicar os lucros por quatro vezes no ano passado, atingindo um resultado histórico de 856 milhões de euros, anunciou a instituição liderada por Miguel Maya esta segunda-feira.

“São bons resultados. Hoje em dia parece que há vergonha de apresentar resultados. Nós temos muito orgulho nos nossos resultados“, frisou o CEO do banco em conferência de imprensa.

Mais tarde, questionado sobre se os bancos poderiam ser o alvo dos políticos em plena campanha eleitoral, Miguel Maya referiu que o que o BCP está “a fazer é em proveito de Portugal: é bom para o banco, para os acionistas, para os trabalhadores, para as famílias”. Mas “há pessoas que vão utilizar isso [lucros dos bancos], então é deixar utilizá-los”, atirou.

Miguel Maya enfatizou a subida da rentabilidade (ROE) para 16%, mas lembrou a história dos últimos dez anos em que se situou, em média, nos 1,1%.

O resultado ficou ligeiramente acima do esperado pelos analistas sondados pela Reuters, que apontavam, em média, para um lucro à volta dos 835 milhões de euros.

A margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros cobrados nos depósitos) disparou 31,4% para 2,8 mil milhões de euros, beneficiando do contexto da subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). As comissões estabilizaram nos 772 milhões de euros.

Contas feitas, os proveitos core do BCP subiram 23,1% para 3,6 mil milhões de euros. Subtraindo os custos operacionais, que cresceram 8,3% para 1,2 mil milhões, o resultado operacional core aumentou 31,7% ara 2,43 mil milhões.

O banco contou ainda com uma receita extraordinária de 139 milhões de euros com a alienação de 80% do negócio segurador na Polónia. O mercado polaco continua a ser um tema desafiante para o BCP por conta do tema relacionado com os empréstimos em francos suíços, que levou ao registo de provisões de 623 milhões de euros devido aos riscos legais só no ano passado (acumula provisões de 1,6 mil milhões). Quanto às imparidades para o risco de crédito, caíram 20% para 249 milhões de euros.

Negócio encolhe em Portugal

Ao nível do balanço, o BCP registou um aumento de 2,5% dos depósitos para 77,9 mil milhões de euros. Em Portugal, ainda assim, os depósitos tiveram um decréscimo de quase 3% para 51,2 mil milhões.

No crédito, a carteira de empréstimos encolheu 1,6% para 56,8 mil milhões devido à redução “virtuosa” dos empréstimos problemáticos mas também aos reembolsos antecipados e a uma menor procura de crédito pelas empresas. Em Portugal, a redução foi mais intensa: o crédito caiu quase 4% para 38,6 mil milhões de euros.

O banco anunciou que vai distribuir 30% dos resultados pelos acionistas, o que confere um dividendo de mais de 250 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 18h53)

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