Crédito à habitação na Zona Euro cai pela primeira vez em quase dez anos
O volume de crédito concedido pelos bancos da Zona Euro está a abrandar há vários meses. Essa realidade tem afetado tanto as famílias como as empresas e com grande ênfase as administrações públicas.
A concessão de crédito aos particulares por parte das instituições financeiras na Zona Euro está a abrandar desde junho de 2022, quando registou um aumento homólogo de 4,6% – o valor mais elevado desde novembro de 2008. Em janeiro deste ano a tendência voltou a notar-se.
Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), o volume de crédito ajustado (que tem em conta venda de empréstimos, a titularização e a agregação de numerário nacional) concedido às famílias europeias registou um crescimento homólogo de apenas 0,3%, menos 0,1 pontos percentuais face aos valores registados em dezembro.
Entre os segmentos mais penalizados tem estado a concessão de crédito à habitação, que não só tem registado um abrandamento consecutivo desde agosto de 2021, como em janeiro deste ano contabilizou a primeira contração homóloga (-0,1%) em quase dez anos.
É preciso recuar a dezembro de 2014 para encontrar uma contração homóloga do volume de crédito ajustado concedido pelos bancos da Zona Euro famílias para comprar casa.
O BCE revela ainda que a tendência de abrandamento do crédito não afeta exclusivamente os particulares. Tem-se feito notar com ênfase junto das entidades públicas e nas empresas.
Segundo dados do BCE, a taxa de crescimento anual de crédito concedido às administrações públicas situou-se em terreno negativo pelo 11.º mês consecutivo, alcançando uma variação homóloga de -2,5% em janeiro, a mesma taxa registada em fevereiro.
Do lado das empresas, os dados da instituição liderada por Christine Lagarde revelam que a taxa de crescimento homóloga dos empréstimos ajustados às sociedades não financeiras diminuiu para 0.2% em janeiro, face a 0.5% em dezembro.
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