Consumo privado impulsiona PIB e ajuda Portugal a evitar recessão. Exportações e investimento desaceleram

PIB português cresceu 2,3% em 2023, confirma o INE. No último trimestre do ano, a economia portuguesa escapou a uma recessão técnica ao crescer 0,8% em cadeia.

A economia portuguesa cresceu 2,3% em 2023, face ao ano anterior, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. A estimativa rápida para o quarto trimestre também estava correta: verificou-se um crescimento de 2,2% em termos homólogos e 0,8% em cadeia, evitando, assim, uma recessão técnica. Todas as componentes desaceleraram, mas voltou a ser a procura interna a impulsionar o crescimento da economia portuguesa, num contexto em que as exportações foram prejudicadas pelo abrandamento na economia europeia.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

No conjunto do ano, dentro da procura interna, foi o consumo privado que se destacou. “O consumo privado (despesas de consumo final das Famílias Residentes e das Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias) registou um crescimento de 1,6%, em termos reais, desacelerando relativamente ao aumento de 5,6% registado em 2022″, indica o INE.

O investimento apenas subiu 0,8%, após um crescimento de 3,5% em 2022. Dentro da procura interna insere-se ainda o consumo privado, que desacelerou de 1,4% para 1,2% no ano passado.

Já na procura externa, o comércio internacional foi penalizado pela desaceleração da economia mundial. “O crescimento das Exportações de Bens e Serviços desacelerou de 17,4% para 4,2% em 2023, enquanto as Importações de Bens e Serviços desaceleraram de 11,1% em 2022 para 2,2%”, adianta o gabinete de estatística nacional.

Apesar desta evolução e contrariamente ao verificado nos dois anos anteriores, assistiu-se a um “ganho expressivo” dos termos de troca (a relação entre o valor das importações e das exportações), devido à redução de preços dos bens energéticos, que estavam a encarecer as importações.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Quanto à produtividade, registou-se um aumento ainda que tenha sido menos expressivo que em 2022. “No conjunto do ano 2023, a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas aumentou 1,4% (5,2% em 2022), enquanto medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de horas trabalhadas passou de um crescimento de 3,1%, em 2022, para 1,1% em 2023”, nota o INE.

O gabinete de estatísticas indica ainda que, em termos nominais, o PIB português atingiu cerca de 266 mil milhões de euros no ano passado.

Olhando para os dados trimestrais, foi também o consumo privado que ajudou Portugal a evitar uma recessão técnica — ou seja dois trimestres consecutivos de contração — no final do ano. “Comparando com o trimestre anterior, o PIB cresceu 0,8%, após uma diminuição em cadeia de 0,2% no 3º
trimestre”, indica o INE, sendo que “o contributo da procura interna aumentou de 0,7 p.p. para 1,1 p.p. no 4º trimestre, observando-se um crescimento do consumo privado”.

A procura externa também contribuiu para este melhor resultado, sendo que a variação desta componente tinha sido negativa no terceiro trimestre. “O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB, foi -0,3 p.p., depois de ter sido mais negativo no 3º trimestre (-0,9 p.p.)”, lê-se no destaque.

As famílias consumiram mais, tanto bens finais duradouros como não duradouros (como alimentação, por exemplo). Já o investimento desacelerou no último trimestre do ano.

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