Leaseplan avança com renovação da frota num arranque de ano bastante lento

Empresa de "renting" pretende ter 50% da sua frota eletrificada em 2026, prevendo continuar a apostar na mudança para veículos sem emissões em 2024, um ano marcado por um arranque bastante lento.

A falta de carros novos no mercado durante os últimos dois anos atrasou o processo de renovação de frota da Leaseplan. Com a produção da indústria automóvel normalizada, a empresa, comprada pela ALD Automotive, vai acelerar a troca de carros em 2024, apostando na eletrificação, num ano que está a ser marcado por um arranque “bastante lento”. O objetivo é que até 2026, metade dos seus veículos sejam eletrificados.

Com 75 mil carros para renting e a gestão de mais de 110 mil carros, a Leaseplan espera “renovar e rejuvenescer” a sua frota, em 2024. “2022 e 2023 foram anos caracterizados pelas ruturas de abastecimentos automóveis”, o que condicionou a renovação de frota, explica António Oliveira Martins, o diretor-geral da Leaseplan em Portugal, em entrevista ao ECO.

O responsável dá conta de uma frota mais envelhecida, face às condicionantes que afetaram a indústria automóvel no pós-covid, devido à crise dos semicondutores que travou a produção de carros novos. Esta situação forçou a Leaseplan, que trabalha sobretudo com o renting de viaturas para empresas, a recorrer ao Plano B, prolongando os contratos existentes, contudo isto originou uma frota mais envelhecida.

Se, por um lado, a empresa poupou na aquisição de novos veículos, por outro, teve que lidar com “maiores números de avarias e frequência de carros em oficina”, o que causa dificuldades em termos operacionais.

A médio e longo prazo queremos passar para emissões zero. Até 2026 queremos ter 50% da frota eletrificada.

António Oliveira Martins

Diretor-Geral da Leaseplan em Portugal

Com a situação normalizada, António Oliveira Martins espera continuar a “mudar de modelos de combustão para modelos elétricos”, continuando a apostar na eletrificação. “A médio e longo prazo queremos passar para emissões zero”, explica, acrescentando que, em 2060, a empresa prevê ter metade da frota eletrificada, naquilo que será “um investimento considerável“.

Questionado sobre se a crise do Mar Vermelho, que tem atrasado entregas de componentes, devido ao aumento do tempo de transporte – os barcos estão a ser desviados para o Cabo da Boa Esperança – , o diretor-geral da Leaseplan em Portugal, refere que há agora carros suficientes, apesar destes constrangimentos.

No entanto, quando se fala em atividade. “Noto que a procura abrandou muito. O arranque deste ano está a ser bastante lento”, reconhece António Oliveira Martins, atribuindo este travão a “uma conjugação de fatores”.

Noto que a procura abrandou muito. O arranque deste ano está a ser bastante lento.

António Oliveira Martins

Diretor-Geral da Leaseplan em Portugal

O diretor-geral da Leaseplan no país admite que desde o verão já se sentia um abrandamento da procura, mas foi “agravado desde janeiro”, com as empresas na expectativa em relação à economia.

O último ano foi particularmente desafiante para vários setores, com a subida das taxas de juro e o forte agravamento dos custos de financiamento, associados a uma série de riscos geopolíticos, que incluem as duas guerras, a conduzirem a uma desaceleração da economia. Apesar de haver algum otimismo em relação a 2024, devido À expectativa de cortes de juros, há ainda uma série de fatores de incerteza que mantêm a confiança dos empresários em níveis baixos.

Quanto à aquisição da Leaseplan pela ADL Automotive, o responsável pela atividade da Leaseplan em Portugal reforça que a empresa já é líder de mercado, mas destaca que a aquisição veio dar maior dimensão ao grupo a nível global, que “duplicou de tamanho”.

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