Elas são tão ambiciosas quanto eles no trabalho. Por que razão muitas ficam pelo caminho?

O ECO está a promover uma série de conversas sobre o papel das mulheres que apelidou de "Mulheres com ECO". Desta vez, o painel foi sobre a participação feminina no mercado de trabalho.

Quando chegou ao mercado de trabalho, Mafalda vinha repleta de ambição. Queria chegar ao topo, ser líder. Mas não demorou até perceber que na cúpula estavam homens, ou mulheres “que faziam um esforço sobre-humano para gerir a família e o trabalho” ou mulheres sem filhos. “Comecei a pensar se eu, que tenho o desejo muito grande de ser mãe, queria expor-me isso”, conta a manager de parcerias estratégicas da Google, num painel sobre a participação feminina no mercado de trabalho promovido no âmbito da iniciativa “Mulheres com ECO”.

Como Mafalda Rebordão não faltam outras mulheres que, tal como os pares masculinos, entram num mundo do trabalho cheias de metas e sonhos. Não encontram, porém, exemplos que as façam acreditar que é possível realizar esses objetivos, perdendo, então, fôlego. “Se não tens ninguém para te inspirar, não acreditas que seja possível”, salienta a também autora do livro “O acelerador de carreiras”, para a qual tem sido, portanto, valioso para encontrar exemplos de profissionais que conseguem ter vidas realizadas em várias esferas.

Os programas de mentoria são também valiosos nesse âmbito, realça. Quem recebe a mentoria consegue perceber como trilhar o seu caminho. E quem dá a mentoria acaba por compreender as dificuldades que, nomeadamente, as mulheres enfrentam ao longo das suas carreiras.

Rita Piçarra, ex-diretora financeira da Microsoft Portugal, também defende que para colocar mais mulheres nas lideranças é importante haver exemplos que as inspirem. “Sempre tive muitas mentoras”, revela também no referido painel. Por outro lado, a também autora do livro “A vida não pode esperar” lembra que uma das “piores ofensas” que alguma vez lhe atiraram foi a de que “só tinha conseguido” um determinado emprego “por ser mulher. Logo ela que sempre fizera questão de estar mais bem preparada do que a competição, afirma a ex-diretora financeira da Microsoft.

Ora, as quotas para mulheres, apregoadas, por vezes, como um dos antídotos para a desigualdade entre eles e elas no trabalho, poderão gerar ainda mais comentários como esse, avisa Rita Piçarra. “Aí é que ouviríamos que só conseguimos algo por causa do género”, declara.

Defende, por isso, que, em alternativa, deveria haver o cuidado de haver o mesmo número de candidatos homens e mulheres nos processos de recrutamento, escolhendo-lhe, depois, o melhor desses profissionais. “Sou apologista de recrutar pelo talento, mas acredito que equipas mais diversas são mais efetivas”, remata, por sua vez, Mafalda Rebordão.

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