Madeira prepara-se para ir a votos a 26 de maio

  • Ana Petronilho
  • 27 Março 2024

Presidente da República já ouviu os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira e tanto Paulo Cafôfo como Miguel Albuquerque confirmam eleições a 26 de maio.

O Presidente da República já recebeu todos os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira, e à saída da reunião do o chefe de Estado, tanto o líder do PS Madeira, Paulo Cafôfo, como líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, confirmaram que Marcelo Rebelo de Sousa vai recorrer à chamada ‘bomba atómica’ política.

Desta forma, com a dissolução da Assembleia Regional, os madeirenses serão convocados a ir a votos no dia 26 de maio, antes das europeias, tal como avançou o ECO.

Antes do anúncio oficial de Marcelo Rebelo de Sousa, o Conselho de Estado vai ainda reunir, a partir das 18 horas, para discutir a situação política naquela região autónoma.

“Nós neste campo estamos em sintonia com o senhor Presidente da República, seja nas razões seja nas decisões. O senhor Presidente da República transmitiu-nos a sua intenção de dissolver a Assembleia Regional e de convocar eleições para 26 de maio. Saímos daqui satisfeitos, estamos prontos para o combate em defesa dos madeirenses e dos portosantenses”, disse o socialista Paulo Cafôfo, no Palácio de Belém, à saída da audiência com o chefe de Estado.

Já Miguel Albuquerque prevê o mesmo cenário de eleições mas não esconde que preferia evitar nova ida às urnas. “Neste momento temos a estabilidade que resultou de auscultação, o PAN apoia o programa de Governo e o CDS também vai fazê-lo e assim temos uma maioria”, frisou o líder do PSD Madeira reeleito no dia 21 deste mês.

Para segurar esta maioria, Miguel Albuquerque – que vinca que está “sem medo de ir a eleições” – assume que não tem “linhas vermelhas em relação a nenhum partido político” e que é “evidente” que o PSD Madeira tem “de ter a capacidade de estabelecer pontes de diálogo com todos os partidos”. Ou seja, não está fora de hipótese entendimentos com o Chega na Madeira.

Questionado sobre a situação na Assembleia da República, o líder do PSD Madeira aproveitou para deixar um recado a Marcelo Rebelo de Sousa: este cenário “devia fazer pensar quem vai determinar o futuro na Madeira” porque “a situação de instabilidade e de governo minoritário que temos na República e que temos também nos Açores não é bom para a governação, nem é bom para estabelecer o desenvolvimento e a confiança nas sociedades”, atira.

Num cenário em que vai a eleições como cabeça de lista depois de ter sido constituído arguido, Miguel Albuquerque entende que ser arguido “é um benefício para quem é investigado” porque um “suspeito nunca se pode defender”. E o líder dos social-democratas na Madeira, desde 2014, aproveita para sublinhar que entende que “quem é investigado num processo em Portugal, não tem de se demitir dos cargos políticos, tem é de, como qualquer cidadão num Estado de Direito, ter acesso ao processo para esclarecer o que é preciso esclarecer”.

O Governo regional da Madeira está em gestão desde 29 de janeiro, depois de Miguel Albuquerque ter pedido a demissão ao representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, na sequência de buscas da PJ no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência. Processo no qual foi constituído arguido.

E depois de reunir com o chefe de Estado, em Lisboa, Ireneu Barreto anunciou que o Governo Regional iria ficar em gestão até decisão de Marcelo Rebelo de Sousa que, à data, estava impedido de usar a chamada ‘bomba atómica’ política na região. “A nomeação de um Governo Regional, que, embora tivesse eventual suporte parlamentar, não teria aquele que lhe advém do sufrágio eleitoral, e deixaria o mesmo inevitavelmente sujeito a poder vir a ser, a breve trecho, demitido no seguimento de uma dissolução da Assembleia Legislativa”, alertou Ireneu Barreto.

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