Nova Fundação quer criar banco de terras para conservação a longo prazo
A Fundação Terra Agora, formalmente criada em dezembro, pretende que as terras sob a sua tutela, por doação ou compra, não voltem ao mercado imobiliário nem sejam usadas para fins especulativos.
Para preservar e defender uma terra “que apenas pertence a si mesma”, a recém-criada Fundação Terra Agora propõe criar um banco de terras em Portugal com guardiões da conservação e regeneração ecológica e socioeconómica por várias gerações.
A Fundação Terra Agora, formalmente criada em dezembro, pretende que as terras sob a sua tutela, por doação ou compra, não voltem ao mercado imobiliário nem sejam usadas para fins especulativos, transformando um ciclo curto de compra e venda num ciclo longo de conservação e regeneração.
“A Fundação é o guardião último, é como um cofre (..) que mantém as terras e depois faz contratos com entidades coletivas que vão ter um direito de superfície a muito longo prazo, a 99 anos, garantindo assim que a terra é mantida” nas condições exigidas, disse à Lusa a fundadora e presidente do Conselho de Administração da Fundação, Filipa Simões.
A criação da Fundação, segundo Filipa Simões, foi inspirada num trabalho na Roménia de conservação da terra a muito longo prazo, e tem como missão conservar a muito longo prazo a terra, as paisagens naturais e o património imobiliário, através da compra ou doação. O objetivo, explica a Filipa Simões, é transformar o ciclo da compra e venda num ciclo de conservação e regeneração, em que as paisagens naturais e os edifícios são guardados, cuidados e até mesmo melhorados.
A atuação da Fundação alicerça-se nos princípios de cuidar, não só da terra e da vida na terra, mas também das pessoas e comunidades que a habitam, promovendo a proteção e regeneração tanto ambiental quanto humana, nas vertentes económica, social e cultural. O primeiro terreno da Fundação Terra Agora é uma propriedade de 1.600 hectares em Idanha-a-Velha, doada por um cidadão suíço residente em Portugal há quase dez anos.
Sediada em Tomar, num terreno que “proximamente lhe será igualmente doado”, a Fundação quer contribuir para o cumprimento da meta de proteção de 30% da superfície terrestre nacional, compromisso assumido por Portugal na 15ª Conferência das Partes (COP) das Nações Unidas, no âmbito da Convenção para a Diversidade Biológica realizada no fim de 2022.
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