Goldman Sachs: “Seguradoras estão a investir na economia real”

A GSAM, gestora de ativos do grupo bancário, divulgou os resultados do inquérito realizado a mais de 350 gestores de seguradoras globais. Dizem que a consolidação vai-se acentuar.

Os seguradores globais estão a aproveitar as taxas de juro “elevadas e persistentes” acelerando o investimento em ativos de qualidade alta e em private credit, para além de apostarem em prazos mais longos nas suas alocações de ativos. Estas são algumas das conclusões do The 13th Annual Global Insurance Survey, inquérito realizado pela Goldman Sachs Asset Management (GSAM) a 359 CIO e CFO de seguradoras que dispõem de 13 biliões de de dólares em investimentos em todo o mundo.

Giorgio Albrecht e Lucia Catalan, estão prudentemente otimistas quanto ao ambiente global para concretizarem os investimentos das seguradoras em 2024.

Com uma preferência atual por private credit, “o setor está a investir e a financiar a economia real”, constata Giorgio Albrecht, máximo responsável pela Europa do sul e do leste na GSAM, baseado em Milão. Lucia Catalan, responsável pelos clientes da área ibérica no escritório de Madrid, explica que os créditos privados – os que são prestados diretamente a empresas sem passar pelos bancos – já são “utilizados por cerca de 78% das empresas recorrendo a fundos institucionais”.

As conclusões gerais do inquérito indicam, segundo Michael Siegel, responsável pela área de gestão de ativos e de liquidez de seguradoras, que “após um ano de forte retorno acima das expectativas, há sinais de um otimismo prudente sobre os mercados e a economia em 2024”, concluindo que “os fracos resultados de 2022 ainda estão frescos nas memórias enquanto a inflação permaneceu elevada”.

Reduzem-se preocupações macroeconómicas

Entre os inquiridos pela GSAM, os riscos para este ano são, para 52%, um abrandamento ou mesmo recessão nos Estados Unidos, para 48% um mercado volátil em crédito e capital, 46% apontam tensões geopolíticas, 42% temem a inflação e 27% indicam como risco o aperto monetário.

Em relação aos ativos que vão gerar melhor retorno este ano os gestores das seguradoras indicam os créditos privados, as ações cotadas nos Estados Unidos, dívida pública, divída privada de elevada qualidade e dívida e capital privado em mercados desenvolvidos.

Em relação a às previsões para a valorização do índice S&P 500 apenas 16% dos inquiridos prevê que estabilize ou baixe este ano, enquanto no ano passado eram 25% os pessimistas. O intervalo mais indicado está entre 5% e 10% de valorização do índice ao longo de 2024.

AI ainda com pouca aderência

Os inquiridos responderam ainda a questões relacionados com temas atuais das empresas em geral e das seguradoras especialmente. Em relação a Inteligência Artificial 20% não estão a utilizar, 51% estão a pensar utilizar e apenas 29% responderam que as suas companhias estão a usar correntemente.

A consolidação na indústria seguradora vai aumentar nos próximos anos, para 45% dos que responderam, enquanto no ano passado apenas 37% acreditavam na permanência dessa tendência. Finalmente, em relação a ESG, o foco de 86% está nos temas ambientais, 35% indicaram temas sociais e apenas 33% priorizam a Governança como área mais relevante em assuntos de sustentabilidade.

O estudo da Goldman Sachs AM pode ser visto aqui .

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