Passos considera “evidente” a tentativa de Montenegro se afastar. Troika exigiu assinatura de Portas

  • ECO
  • 15 Abril 2024

Passos revela que a troika, a partir de certa altura, “percebeu que havia um problema com o CDS e passou a exigir cartas assinadas por Paulo Portas”.

Luís Montenegro está a tentar “desligar-se” da herança passista e dos seus tempos enquanto líder da bancada parlamentar do PSD durante a troika. A análise é de Pedro Passos Coelho, que diz encarar esse facto com normalidade por se tratar de uma forma de afirmação política por parte do novo primeiro-ministro.

“[Montenegro] tornou-se uma possibilidade de liderança dentro do PSD pelo exercício que fez no Parlamento. Teve essa oportunidade e trabalhou bem nela porque realmente foi um grande líder parlamentar. Portanto, ele faz parte dessa herança e desse legado. Em que medida se quer desconectar desse seu passado não sei”, sublinhou o antigo primeiro-ministro, em entrevista ao podcast do Observador “Eu estive lá”. “A mim parece-me que foi muito evidente que, durante os últimos tempos, houve essa preocupação de tentar desligar”, admite.

Para Pedro Passos Coelho – que apoiou “de forma muito discreta” Montenegro para a presidência do PSD –, este afastamento é normal porque “é importante que os partidos possam ter uma perspetiva para o futuro e não ficarem só ligados ao seu passado”. “Ele saberá como é que quer fazer as coisas e a última coisa que quero é andar a criar constrangimentos. Agora, também não posso ser impedido de, de quando em vez, poder dizer alguma coisa do que penso. E eu penso pela minha cabeça, evidentemente”, frisou.

O antigo primeiro-ministro considera que, apesar das discrepâncias pontuais, teve sempre uma boa relação com Cavaco Silva. O mesmo não se pode dizer em relação a Paulo Portas que acusa de frequentes faltas de solidariedade. Passos revela mesmo que, a partir de certa altura, a troika “percebeu que havia um problema com o CDS e passou a exigir cartas assinadas por Paulo Portas”. “Julgo que ele não sabe isto, mas, para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituições”, relata o antigo líder do PSD.

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