Montenegro dá “sinal muito forte” para reconhecer o Estado da Palestina

O primeiro-ministro voltou a defender a atribuição de "estatuto de membro pleno" da ONU à Palestina e defendeu sanções contra Irão após ataque "sem justificação" contra Israel.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, voltou a defender, esta quarta-feira, o reconhecimento do Estado da Palestina. “Nesta ocasião Portugal dá um sinal muito forte no sentido de, no seio da ONU, estarmos favoráveis à atribuição de estatuto de membro pleno à Palestina. É um passo importante”, afirmou o chefe do Governo português, em Bruxelas, na véspera do Conselho Europeu que se realiza esta quinta-feira.

De salientar que a Palestina é considerada um Estado observador na ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2012, um estatuto que partilha com o Vaticano. Em 2021, solicitou a entrada como membro de pleno direito. E esta quinta-feira, três anos depois, o Conselho de Segurança vai debater e votar o pedido apresentado pela Palestina para se tornar um Estado-membro de pleno direito das Nações Unidas.

Montenegro reiterou “o empenho” do Governo “em poder dar sinais no trajeto que poderá levar a paz ao território de Gaza, havendo hoje um imperativo que é um cessar fogo imediato”. E lembrou que “Portugal foi um dos primeiros países a condenar o ataque do Irão a Israel”.

Ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com quem terá um encontro esta tarde, Luís Montenegro sublinhou o “compromisso de Portugal para com o projeto europeu”. “Estamos muito empenhados em colaborar no Conselho com os propósitos que estão na agenda. Em primeiro lugar, o reforço da competitividade da Europa do ponto de vista económico e social. É um objetivo tão europeu quão português. Temos que ter um Portugal forte na Europa e uma Europa forte no mundo”, afirmou.

O primeiro-ministro realçou ainda a união entre Portugal e a Europa nas questões de “política externa e na defesa”. A este respeito, defendeu que Portugal deve continuar “a ser uma parte ativa no apoio financeiro, político, humanitário e militar à Ucrânia”.

No final da reunião, Luís Montenegro reiterou ter sido “muito bem recebido” pelos seus homólogos europeus num encontro no qual se defendeu que o “espírito europeu, de cooperação e solidariedade deve continuar vivo”. “Ser português é ser europeu“, vincou.

Sobre a política internacional, o primeiro-ministro afirmou que os representantes dos 27 Estados-membros concordaram em “condenar o ataque do Irão contra Israel” e “apelar à contenção” de Telaviv no sentido de se “evitar uma escalada de violência que não beneficia ninguém”.

Quanto a sanções contra o Irão, Montenegro sublinha que subscreve a essa intenção de Bruxelas avançar nesse sentido. “Associamo-nos na prespetiva de haver uma consequência que não crie mais violência mas que possa sinalizar uma condenção da União Europeia” a um ataque que o próprio considera “não ter justificação”.

Relativamente ao comentário de Marcelo Rebelo de Sousa sobre uma eventual ida de António Costa para o Conselho Europeu, Montenegro recusou-se fazer comentários, afirmando apenas que o “assunto não está na agenda do Conselho Europeu, nem na agenda do primeiro-ministro”. O tema, respondeu Montenegro, só fará parte da lista de prioridades mais perto das eleições europeias.

Notícia atualizada às 18h11 com as declarações de Luís Montenegro após a reunião do Conselho Europeu

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