João Galamba acredita que Influencer não vai dar em nada e defende que ida da PGR ao Parlamento “não faz sentido”

Na primeira entrevista após a Operação Influencer, o ex-ministro - arguido no processo - revela que está afastado do líder do PS e acredita que será inocentando no processo.

João Galamba garante que o desfecho da Operação Influencer terá duas vias: ou um arquivamento ou uma absolvição, caso seja acusado. Em entrevista à CNN Portugal, a primeira desde que foi constituído arguido na Operação Influencer, diz que só falou uma vez com o atual secretário-geral do PS desde o fim da comissão de inquérito à TAP.

O socialista explicou que ainda não foi ouvido no âmbito do processo, apesar de ter avançado com um requerimento nesse sentido após as buscas à sua casa. “Parece que fui escutado vários anos, mas ouvido ainda não”, apontou. “Tudo o que sei é pela comunicação social”.

Os dois ex- ministros das Infraestruturas afastaram-se, confirmou João Galamba, sem explicar porquê, mas deixando claro que ficou magoado com uma ausência de contacto. Pedro Nuno Santos “nunca me disse nada nos últimos meses, nem no dia das buscas”, a 7 de novembro, o dia que acabou na demissão do ex-primeiro ministro António Costa. Já com António Costa, que o segurou quando o Presidente da República pediu a sua demissão, o contacto é maior. João Galamba diz que esteve no jantar com os ex-membros dos governos socialistas.

Num dia marcado pelas declarações do presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, a defender que a procuradora Lucília Gago deveria prestar esclarecimentos no Parlamento, João Galamba discorda. “Nenhuma instituição funciona fechada sobre si mesma, mas não considero que a ida da Procuradora-geral da República ao Parlamento faça qualquer sentido”, sublinhou. Considera, no entanto, que “se entender que deve falar e explicar aos portugueses deve fazê-lo”.

“Seria muito tentador da minha parte cavalgar as notícias recentes que me são favoráveis, mas não o vou fazer”, prosseguiu. “Obviamente que estou de consciência inteiramente tranquila em relação a tudo o que fiz. Sei tudo o que fiz. Sei também tudo o que não fiz”, disse ainda, citando António Costa: “Sei como é que este processo vai acabar”.

Ainda no âmbito da Operação Influencer, o ex-ministro quis responder a uma declaração “infeliz” de Luís Montenegro quando anunciou um código de conduta no Governo para evitar “casos Galamba”. “O atual primeiro-ministro nunca exerceu funções executivas, até se podia desculpar alguma ignorância nesta matéria”, atirou.

O ex-ministro das Infraestruturas é considerado pelos procuradores do Ministério Público (MP) o “verdadeiro mentor” do alegado esquema que daria vantagens ao data center da Start Campus, em Sines. No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP defendeu que lhe parece “cristalino” que o ex-governante “não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi, na verdade, o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço”.

De acordo com os procuradores, “todos os atos foram praticados” por Galamba, enquanto membro do Executivo, “ou, pelo menos, seriam por si preparados e apresentados em Conselho de Ministros”. O MP admite ainda que há “perigo de continuação da atividade criminosa” de Lacerda Machado, dado que “nada exclui que (…) possa continuar a desenvolver a sua rede de contactos junto de diversas entidades e titulares de cargos políticos em prol da sociedade Start Campus”, aponta ainda o documento citado pelo semanário.

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