Autoridades fazem buscas em empresa ligada ao FC Porto

O FC Porto confirma que estão a decorrer buscas na Porto Comercial e na loja do Associado no Estádio do Dragão. as buscas estão a ser realizadas pela PSP na sequência da Operação Pretoriano.

O FC Porto continua a estar sob os holofotes das autoridades policiais. De acordo com um comunicado enviado este domingo às redações, o FC Porto confirma que estão a ser realizadas buscas numa empresa do grupo.

“O Futebol clube do Porto informa que estão a decorrer buscas numa das participadas do grupo, a Porto Comercial, e na loja do Associado no Estádio do Dragão“, notando ainda que o clube azul e branco, agora liderado por André Villas-Boas “compromete-se a prestar todo e qualquer apoio às autoridades no desenrolar das suas diligências”, e sem avançar com mais detalhes sobre os contornos ou os propósitos das buscas.

A CNN Portugal avança que as buscas estão a ser realizadas pela PSP na sequência da Operação Pretoriano, que levou à detenção de Fernando Madureira, líder da claque dos Super Dragões, e que poderão estar ligadas à venda ilícita de bilhetes para os jogos de futebol da equipa principal, que joga hoje para Liga Portugal às 20h30 contra o Boavista.

Segundo as suspeitas do Ministério Público que constam no mandato de buscas citado pela CNN Portugal, as autoridades suspeitam de uma alegada colaboração e cumplicidade de funcionários do FC Porto na comercialização de bilhetes e de bilhetes falsos, mas também de representantes de órgão sociais do FC Porto que cessaram recentemente o seu mandato, em função do mandato de buscas apontar para “abuso de confiança qualificado”.

A Porto Comercial é uma das várias empresas do universo do FC Porto, que é responsável pela comercialização de direitos de imagem, sponsorização, merchandising e licenciamento de produtos do clube do dragão.

No último relatório e contas do clube, apresentado a 19 de novembro do ano passado, a administração liderada então por Jorge Nuno Pinto da Costa revelava que, nesse ano, “o FC Porto cedeu à Porto Comercial a exploração de todo o tipo de suportes de comunicação, incluindo a criação e disponibilização de suportes de sponsorização visando a atração de parceiros comerciais, a promoção e a própria produção de eventos de natureza desportiva, cultural, social e empresarial do Dragão Arena, pela contrapartida de 2 milhões de euros anuais.”

Além disso, o relatório e contas anuais da SAD do mesmo exercício fiscal, notava que a 30 de junho de 2023, o grupo FC Porto apresentada “garantias bancárias no montante global de 114.009 euros a favor de proprietários de lojas arrendadas em centros comerciais”, em relação a atividades da Porto Comercial.

Sob o desígnio da Porto Comercial está também a exploração do Museu do FC Porto (cuja abertura ao público ocorreu em outubro de 2013), que resultou num acordo assinado entre o clube e esta empresa no decorrer do exercício findo a 30 de junho de 2014 que estabelece “o direito de exploração do Museu durante um período de 20 anos, tendo [a Porto Comercial] pago antecipadamente o montante de 12 milhões de euros relativos às rendas vincendas dos primeiros 8 anos”, lê-se no relatório e contas do primeiro semestre 2023/2024 da FC Porto SAD, que nota ainda que a “1 de julho de 2017, e de acordo com aditamento celebrado entre as partes, a renda anual passou a ser de 637.500 euros.”

Nesse mesmo documento, a SAD do Dragão refere que a Porto Comercial já apresentava um volume de negócios “muito relevante nas receitas totais do grupo” e que durante este período (entre junho de 2023 e dezembro de 2023), a empresa “continuou a contribuir positivamente para o resultado consolidado, após um período em que as suas receitas foram significativamente afetadas pela pandemia.” No final do ano passado, o volume de 114.009 euros de garantias bancária sobre a Porto Comercial mantinha-se também sem alteração.

O também relatório e contas anual da SAD azul e branca, publicado a 13 de outubro de 2023, revelava que, no último exercício fiscal (terminado a junho de 2023), a Porto Comercial faturou 33,5 milhões de euros e obtido um resultado líquido de cerca de 1,1 milhões de euros.

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