CMVM pede “vontade” ao Governo para apostar no mercado de capitais

Luís Laginha considera que é essencial assumir de forma "clara e consistente" a importância do mercado de capitais e que o primeiro passo é mostrar vontade por parte do poder político.

O mercado de capitais português está longe da dimensão dos seus pares europeus. Para Luís Laginha, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), essa realidade não está apenas presa à reduzida dimensão da economia e do mercado nacional e muito menos está vaticinada a perpetuar-se assim no tempo.

No decorrer da sua intervenção na conferência anual na CMVM, que se realiza esta quinta-feira em Lisboa, Luís Laginha considerou que o desenvolvimento do mercado de capitais “envolve um leque muito vasto de medidas que não são fáceis de definir e implementar, como é o caso da fiscalidade, do segundo e terceiro pilares do sistema de pensões, da eliminação das distorções que bloqueiam o crescimento das empresas, e muitas mais”.

É importante assumir de forma clara e consistente que o desenvolvimento da indústria de serviços financeiros em geral e do mercado de capitais em particular, é uma prioridade.

Luís Laginha

Presidente da CMVM

No entanto, o presidente da CMVM destaca que “há um elemento que é uma condição sine qua non, para que tudo o resto possa acontecer, refiro-me ao elemento vontade”, sublinhando que “tornar visível essa vontade, não custa dinheiro, e pode ser um sinal muito importante”.

Luís Laginha dá como exemplo o papel recente de Emmanuel Macron na sétima edição da cimeira “Choose France”, em que o presidente francês interveio diretamente na “atração de capitais estrangeiros, na promoção da economia, e no desenvolvimento do mercado de capitais francês”.

O presidente da CMVM recorreu a esta imagem do governante francês com o propósito de sinalizar que “é importante assumir de forma clara e consistente que o desenvolvimento da indústria de serviços financeiros em geral e do mercado de capitais em particular, é uma prioridade e que essa prioridade é assumida sem suscitar qualquer tipo de constrangimento”.

Além disso, Luís Laginha deixa claro que o Governo e Portugal não precisam de imitar ninguém. “Mas não devemos deixar de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, porque ninguém o vai fazer por nós“, acrescenta. O presidente da CMVM refere ainda: “Não há Mercado de Capitais Único que nos valha, se não procurarmos defender os nossos interesses, ainda que dentro de um quadro de forte compromisso e empenho na construção da União Europeia e sem qualquer protecionismo”.

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