Há dez anos que o custo de construção de casas novas sobe menos em Portugal que na Zona Euro

Os custos de construção em Portugal sobem mais devagar do que Zona Euro, enquanto os preços das casas crescem a um ritmo bem superior que a média dos 20 países da área do euro.

Os custos de construção continuam a aumentar em Portugal, assim como na generalidade dos países da Zona Euro. Os últimos dados do Eurostat revelam que, no primeiro trimestre deste ano, os preços associados à construção de novas habitações registaram um aumento homólogo de 2,2% em Portugal.

Dos dez países da Zona Euro que já divulgaram os números, apenas quatro tiveram um aumento dos custos de construção inferior ao registado por Portugal entre janeiro e março deste ano. Um dos casos foi o da Finlândia, que chegou, inclusive, a registar uma correção homóloga de 0,6%.

Em 2023, Portugal também foi, dos 20 países da área do euro, um dos que registou a menor subida dos custos associados à construção de novas habitações. Os dados do gabinete de estatísticas da União Europeia revelam que, em média, os custos associados aos materiais e à mão-de-obra subiram 3,8% em Portugal no ano passado, enquanto na Zona Euro aumentaram 6,9%. No ano passado, apenas cinco países tiveram um aumento dos custos na construção inferior a Portugal — Chipre, Finlândia, Itália, Espanha e Malta.

Esta realidade tem sido transversal ao longo dos últimos dez anos, mas menos prenunciado face aos níveis de 2023. De acordo com dados do Eurostat, os custos da construção de novas habitações aumentaram, em média, a um ritmo de 3,69% por ano ao longo da última década em Portugal, face a um aumento médio de 3,37% dos países do euro.

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A tendência de subidas menos prenunciadas dos custos de construção em Portugal face à média da Zona Euro é acompanhada por uma subida dos preços das habitações no território nacional acima da média dos países da área do euro.

Por exemplo, segundo dados do Eurostat, em 2023, enquanto os preços das habitações, novas ou já existentes no mercado adquiridas pelos consumidores, aumentaram, em média, 8,2% em Portugal, na Zona Euro os preços corrigiram 1,1%. No espaço da moeda única, apenas Grécia, Croácia e Lituânia alcançaram subidas de preços das casas acima do nível verificado por Portugal.

Alongando a observação para os últimos três, cinco ou dez anos, a conclusão é a mesma, mas com menos disparidade, com os preços das habitações em Portugal a aumentarem, anualmente, a um ritmo duas vezes superior à média dos países da Zona Euro.

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Os dados do Eurostat revelam que a dança entre os custos de construção e os preços das casas em Portugal tem sido, no mínimo, intrigante. Enquanto os custos de construção sobem a um ritmo mais tímido do que a maioria dos nossos vizinhos europeus, os preços das casas em Portugal parecem estar a competir numa corrida própria, subindo a uma velocidade de fazer inveja a qualquer maratonista.

Ao longo da última década, os custos de construção em Portugal têm mostrado uma tendência de crescimento moderado, com uma média anual de 3,69%, ligeiramente acima da média da Zona Euro de 3,37%. Este cenário de “pés bem assentes na terra” contrasta com o mercado imobiliário, onde os preços das habitações em Portugal disparam a um ritmo duas vezes acima dos parceiros europeus.

O ano passado foi um exemplo gritante dessa dicotomia: enquanto os custos de construção aumentaram 3,8% em Portugal e 6,9% na Zona Euro, os preços das casas subiram 8,2% em Portugal, em contraste com uma descida de 1,1% na média europeia.

Assim, para quem anda à “caça” de uma nova morada ou de se aventura no mundo da construção, é bom estar preparado para enfrentar um mercado onde os custos de construção são uma brisa suave quando comparados com o furacão dos preços das habitações.

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