Receitas da Altice Portugal sobem menos de 1% até março. Serviços empresariais caem 1,4%

A Altice Portugal melhorou receitas e EBITDA e cresceu no segmento de consumo, mas o pior desempenho da Altice Labs fez cair as receitas dos serviços empresariais. Investimento cai 11%.

As receitas da Altice Portugal no primeiro trimestre cresceram 0,6%, face aos mesmos três meses do ano passado, para 704 milhões de euros, revelou esta terça-feira a empresa liderada por Ana Figueiredo. O segmento de consumo registou crescimentos, mas o negócio dos serviços empresariais sofreu uma quebra nas receitas, devido à redução das vendas da Altice Labs.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) melhorou 5,6%. A Altice Portugal não publica o resultado líquido.

Estes dados são revelados numa altura em que o principal acionista, Patrick Drahi, está há vários meses a estudar a venda da operação portuguesa, onde se inclui a operadora Meo e uma posição de controlo na empresa de fibra ótica Fastfiber. Não se conhecem desenvolvimentos neste processo, sobre o qual Ana Figueiredo tem recusado fazer qualquer comentário.

No segmento de consumo, a Altice Portugal gerou 345 milhões de euros entre janeiro e março, um crescimento homólogo de 2,8%. “As receitas de serviço aumentaram 3,6% em resultado do crescimento da base de clientes e RGUs [unidades geradoras de receita] e do aumento do ARPU [receita média por utilizador], potenciado pelo melhor mix de portefólio através da convergência e aumento de preços”, assume a companhia.

Os clientes únicos neste segmento cresceram 0,5% face ao período homólogo, o equivalente a 9.000 adições líquidas, para um total de 1,7 milhões de clientes. Nos serviços fixos e móveis, o número de serviços atingiu 11 milhões, tendo aumentado 132 mil em termos líquidos face ao período homólogo.

“Nestes primeiros três meses do ano, o total de serviços fixos incrementou 0,3%, totalizando seis milhões, e a base de clientes do serviço de televisão por subscrição e conectividade cresceram 0,5% e 0,6%, respetivamente, fixando-se ambos em 1,9 milhões. A base de clientes móveis pós-pago já ultrapassou a marca dos cinco milhões e, impulsionada pela convergência, cresceu 1,5% (77 mil clientes) no primeiro trimestre de 2024″, refere a empresa.

“Os resultados do primeiro trimestre evidenciaram crescimento nos principais indicadores operacionais, quer face ao trimestre anterior quer ao período homólogo. A empresa reforçou a posição de mercado e continuou a expandir a base de clientes únicos”, refere a Altice Portugal.

Em contrapartida, o segmento dos serviços empresariais teve um desempenho negativo. As receitas de 359 milhões de euros nos três meses até março representam uma quebra de 1,4%, que a Altice Portugal atribui à descida das vendas da Altice Labs, o ramo de investigação e desenvolvimento da Altice em Aveiro (antiga PT Inovação).

“A performance positiva e crescente da receita core de telecomunicações dos segmentos B2B e Wholesale foi impactada por uma redução nas vendas de hardware e equipamentos da Altice Labs”, lê-se no comunicado dos resultados. Excluindo o impacto das vendas da Altice Labs, os serviços empresariais teriam tido um crescimento de 4,6%. França, EUA e América Latina são os principais mercados deste polo exportador da empresa. Apesar da descida das vendas no primeiro trimestre, a Altice Labs registou duas novas patentes em Portugal.

Ao nível do investimento, a Altice Portugal investiu menos 11% do que no mesmo trimestre de 2023, num total de 99 milhões de euros dedicados ao reforço e otimização de recursos, “capacidade da sua infraestrutura e disponibilização de serviços inovadores”. A descida está relacionada com o “menor ritmo na expansão da rede de fibra ótica”, que tem 6,4 milhões de casas passadas.

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