Saco Azul. Benfica SAD e Luís Filipe Vieira vão ser julgados por fraude superior a um milhão de euros
Além de Luís Filipe Vieira, também a Benfica SAD e a Benfica Estádio estão indiciados por crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos.
Todos os arguidos vão a julgamento. É esta a decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal no processo Saco Azul, que envolve a SAD do Benfica, a Benfica Estádio, também o antigo presidente Luís Filipe Vieira e os elementos da anterior administração, Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira, bem como José Bernardes.
Em causa está um esquema de pagamentos fictícios, entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, a uma empresa de informática, externa ao grupo Benfica, a Questãoflexível Lda., num valor que ultrapassa um milhão de euros.
Em comunicado, os advogados de defesa do Benfica afirmam que o juiz “desvalorizou toda a abundante prova produzida em sede de instrução” e optou por “dar primazia a alguma prova recolhida durante o inquérito, e mesmo quanto a essa só valorizando indícios num sentido e desvalorizando os outros”. Trata-se de uma decisão que, referem os advogados, os “revolta e desilude”.
“A defesa do Benfica mantém tudo o que disse durante a instrução e vai aguardar serenamente pelo julgamento para, nessa sede, pugnar pela absolvição”, concluem, na nota assinada por Paulo Saragoça da Matta, Rui Patrício e João Medeiros.
O Ministério Público (MP) acusou o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, a SAD ‘encarnada’ e o administrador Domingos Soares de Oliveira do crime de fraude fiscal, no processo ‘Saco Azul’, segundo o despacho de acusação.
Luís Filipe Vieira responde por três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento, tal como Domingos Soares de Oliveira – que se manteve na SAD do Benfica após a saída do antigo presidente, em 2021 – e o ex-diretor financeiro do Benfica Miguel Moreira. Estes crimes são imputados em coautoria com a empresa QuestãoFlexível e o arguido José Bernardes.
A SAD do Benfica é acusada de dois crimes de fraude fiscal qualificada, com o MP a acusar também a sociedade Benfica Estádio de um crime de fraude fiscal e 19 de falsificação de documento. O procurador Hélder Branco dos Santos acusou ainda a empresa QuestãoFlexível dos mesmos crimes, sendo que José Bernardes responde também por branqueamento de capitais.
O processo ‘Saco Azul’ remonta a 2017, com base em suspeitas de alegada utilização fraudulenta de verbas ligadas ao Benfica para pagamento a terceiros, no valor total de cerca de 2,2 milhões de euros faturados à Benfica SAD e Benfica Estádio.
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