Portugal entre os cinco países da UE onde o preço de produtos agrícolas subiu no arranque do ano
Subida de 1% nos preços agrícolas em Portugal contrasta com o cenário ao nível da União Europeia, em que este indicador diminui 6% no primeiro trimestre deste ano.
Portugal está entre os cinco países da União Europeia (UE) onde se assistiu a um aumento dos preços dos produtos agrícolas de base no primeiro trimestre do ano. E foi mesmo o único estado-membro a apresentar, no mesmo período, uma subida do preço médio dos fatores de produção não relacionados com o investimento (fertilizantes, energia e alimentação animal).
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, a tendência registada a nível nacional em ambos os indicadores contrasta com a tendência no conjunto dos 27 países da UE, em que quer os preços da produção agrícola, quer os preços dos fatores de produção não relacionados com o investimento diminuíram — 6% e 11%, respetivamente.
Preços do setor agrícola nos 27 países da UE no 1.º trimestre
O cenário de redução dos preços da agricultura no bloco comunitário aproxima-se dos “níveis mais calmos” que se verificavam antes do período de aumentos acentuados dos custos do setor, nomeadamente de 2021 até setembro de 2022.
Entre janeiro e março, o preço dos produtos agrícolas baixou na maioria dos Estados-membros da UE face ao mesmo período do ano passado, com a Hungria (-24%), a Bulgária e a Roménia (-18% cada uma) e a Eslováquia e a República Checa (-17% cada) a registarem as descidas mais acentuadas.
A par com Portugal, onde os preços da produção agrícola tiveram um aumento de 1% nos primeiros três meses de 2024, verificou-se um crescimento deste indicador noutros quatro países, todos do sul da UE. A Grécia teve a subida mais significativa (20%), seguida de aumentos mais modestos em Malta e Espanha (ambas com 4%) e Chipre (1%, tal como Portugal).
Já o preço médio dos fatores de produção não relacionados com o investimento (energia, fertilizantes e alimentação animal) diminuiu em 24 dos 25 países com dados disponíveis, observando-se os declínios mais acentuados na Croácia (-20%), na Hungria (-19%) e nos Países Baixos e na Irlanda (ambos -17%). Portugal foi a exceção, ao registar um aumento de 2%.
A batata foi o produto cujo preço mais subiu na UE entre janeiro e março (22% em média). Apesar da diminuição de 44% do preço dos citrinos, o custo da fruta fresca aumentou 20%, um agravamento atribuído ao clima desfavorável.
Por sua vez, o preço do leite recuou 11%, seguindo-se o dos ovos e das oleaginosas e proteaginosas — como frutos secos, fava, soja, ervilhas — (-10%) e o dos produtos hortícolas frescos (-6%, com uma queda acentuada de 33% do preço do tomate).
Entre os fatores de produção não relacionados com o investimento, as taxas de descida de preços mais acentuadas foram as dos adubos e corretivos do solo (-31%) dos alimentos para animais (-16%) e da energia e lubrificantes (-12%).
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