Venda total da Altice Portugal fora do horizonte do grupo
A Altice International disse esta quinta-feira aos investidores que não se prevê neste momento, "no curto prazo, qualquer transação envolvendo o perímetro total da Altice Portugal".
A administração da Altice International disse esta quinta-feira aos investidores para não esperarem uma venda da totalidade da Altice Portugal no “curto prazo”. Por ora, a empresa está a explorar formas de monetizar alguns dos ativos que tem no país, mas não tem nenhum perímetro definido nem qualquer transação para anunciar de momento.
“Neste momento, não prevemos no curto prazo qualquer transação envolvendo o perímetro total da Altice Portugal. Estamos a continuar a explorar várias opções envolvendo o valor significativo de infraestruturas que existe na Altice Portugal e, se e quando houver razão para o fazer, outros anúncios serão feitos ao mercado”, disse um alto responsável da empresa durante a conferência de apresentação de resultados trimestrais aos obrigacionistas.
Durante a apresentação não foram dados muitos mais detalhes sobre o futuro da operação portuguesa, que, apesar de manter crescimentos orgânicos nos principais negócios, sofreu no segundo trimestre uma quebra nas receitas devido ao arrefecimento do negócio exportador da Altice Labs em Aveiro. No entanto, questionado sobre os planos para o mercado português, Malo Corbin, CFO da Altice International, lembrou que a Altice Portugal detém vários ativos que têm despertado o interesse de potenciais investidores.
“A PT [Altice Portugal, dona da operadora Meo] é incumbente em Portugal, por isso é muito rica em termos de ativos e infraestrutura. Monetizámos já alguns deles no passado, mas ainda existem muitos ativos de grande valor dentro de Portugal”, disse Malo Corbin. Nesse sentido, a Altice “tem visto algum apetite por alguns deles”, pelo que é nisso que se está a focar agora, acrescentou o gestor.
No ano passado, a Altice esteve perto de fechar a venda do centro de dados da Covilhã, um dos maiores do mundo, ao fundo Horizon Equity Partners, numa transação que poderia rondar os 200 milhões de euros. Mas o negócio foi interrompido pelo eclodir da Operação Picoas, que investiga como pessoas próximas da Altice, incluindo o cofundador Armando Pereira, terão lesado o grupo e o Estado com negócios a favor do seu interesse próprio, não tendo sido retomado.
Além da própria Altice Labs, a Altice Portugal é ainda dona de 50,01% da empresa de fibra ótica FastFiber, cuja restante fatia é controlada pelo fundo Morgan Stanley Infrastructure Partners, ao qual a Altice pagou no segundo trimestre 43 milhões de euros em dividendos, segundo foi revelado. A Altice Portugal tem ainda vários ativos imobiliários e uma empresa de construção de redes de fibra ótica chamada Geodesia.
A possibilidade de vender a Altice Portugal foi explorada pelo dono do grupo, Patrick Drahi, no rescaldo da Operação Picoas no ano passado. A operação esteve a ser trabalhada até muito recentemente e chegou a ter uma shortlist com três interessados, nomeadamente o grupo Iliad do francês Xavier Niel, um consórcio composto pelos fundos Warburg Pincus e Zeno Partners (com o envolvimento do português António Horta Osório) e a operadora estatal saudita STC.
A 5 de julho, porém, o ECO noticiou em primeira mão que os sauditas da STC, também conhecida por Saudi Telecom, se desentenderam com Drahi em torno do preço a pagar pela Altice Portugal, levando o potencial negócio a cair por terra.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h47)
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