Inapa Portugal pede a tribunal para entrar em processo especial de revitalização

A empresa quer escapar à insolvência e requereu a instauração de processo especial de revitalização, depois de a casa-mãe ter falido, por considerar que "é possível recuperar" o negócio.

A Inapa Portugal ainda acredita que é possível “recuperar” a empresa, depois de a casa-mãe ter entrado em insolvência, e, por isso, pediu para entrar em processo de revitalização especial (PER), segundo comunicado da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgada esta quinta-feira.

“A Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A. vem comunicar ao mercado que a sua subsidiária Inapa Portugal – Distribuição de Papel, S.A. apresentou, junto do Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, requerimento para instauração de Processo Especial de Revitalização (PER)”, lê-se na mesma nota.

Apesar da “situação de rotura iminente de tesouraria” da casa-mãe (Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A), a administração da empresa em Portugal considera que é “possível recuperar a Inapa Portugal e mantê-la em atividade como uma sociedade economicamente rentável”, defendem os administradores.

Para além disso, o pedido de PER resulta do “facto da situação financeira da Inapa Portugal, em particular a sua tesouraria, ter sido negativamente impactada pela declaração de insolvência da Inapa IPG, a sua acionista única, o que causou a antecipação do vencimento dos financiamentos da Inapa Portugal garantidos pela Inapa IPG, assim como uma maior dificuldade da Inapa Portugal em garantir abastecimento de papel junto dos seus fornecedores”, de acordo com o comunicado da CMVM.

A Inapa IPG avançou com o pedido oficial de insolvência a 29 de julho, segundo o comunicado enviado ao regulador do mercado. Esta decisão avança depois de a empresa ter comunicado, a 21 de julho, que o colapso na Alemanha era inevitável, uma vez que não conseguiu aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros, o teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.

No documento, a holding revelou ainda que não tinha condições para pagar empréstimos de 34,7 milhões de euros ao Millenium BCP e de 17,7 milhões de euros a bancos alemães, que lhe seriam exigidos de imediato, devido à situação da sua subsidiária na Alemanha.

“A Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A. (‘Inapa IPG’) vem comunicar ao mercado que procedeu à apresentação junto do Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste da petição inicial com o respetivo pedido de insolvência, em decorrência do que havia comunicado no passado dia 21 de julho”, e de acordo com o comunicado divulgado na altura.

No início deste mês, a Inapa, considerada insolvente e cujo processo foi entregue ao administrador Bruno Costa Pereira, comunicou que não vai apresentar as contas do primeiro semestre a 27 de setembro, adiando a divulgação de resultados para depois da Assembleia de Credores, agendada para o mesmo dia. A nova data será anunciada em outubro, adiantou a empresa.

(Notícia atualizada às 19h42)

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