Empregadores menos otimistas. Contratações vão abrandar na reta final do ano

Há mais empresas interessadas em aumentar as suas equipas do que o inverso, mas há sinais de arrefecimento. Se há um ano 46% queriam contratar no quarto trimestre, agora só 35% têm essa intenção.

Começam a aparecer sinais de arrefecimento no mercado de trabalho português, numa altura marcada por instabilidade política a nível nacional, pelo abrandamento das economias europeias e pelos conflitos em curso no leste europeu e no Médio Oriente. De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo ManpowerGroup, só 35% das empresas nacionais estão a contar aumentar as equipas nos últimos três meses deste ano, o que corresponde a um recuo das intenções de contratação tanto face ao trimestre anterior como em comparação com o registado há um ano.

“De um universo de 525 empresas portuguesas inquiridas, 35% pretendem aumentar as suas equipas, 16% antevê reduzir e 48% planeia manter o seu número atual de colaboradores”, revela a empresa de recursos humanos ManpowerGroup, numa análise publicada esta terça-feira.

De olhos postos no terceiro trimestre deste ano, 37% dos empregadores tinham anunciado intenções de recrutar, conforme escreveu o ECO. E no quarto trimestre do ano passado, 46% estavam a contar aumentar as suas equipas. Ou seja, tanto em comparação com o trimestre anterior, como em termos homólogos, regista-se agora um arrefecimento das intenções de contratar.

O ManpowerGroup divulga também a projeção para criação líquida de emprego — a diferença entre as empresas que planeiam aumentar as suas equipas e aquelas que estão a prever fazer o inverso –, e também neste campo o cenário é menos otimista do que até aqui.

Para o quarto trimestre, a projeção para a criação líquida de emprego é de 19%, menos 16 pontos percentuais do que no trimestre homólogo de 2023, sendo que, nessa altura, as expectativas de contratação dos empregadores eram “vigorosas, apesar dos sinais de abrandamento no crescimento económico que já se faziam sentir”.

Perante estes dados, Rui Teixeira, country manager do ManpowerGroup Portugal, explica que “o cenário de instabilidade política nacional, resultante do atual contexto parlamentar e reforçado neste momento pela necessidade de aprovação do Orçamento do Estado”, bem como as eleições nos Estados Unidos, os conflitos em curso na Ucrânia e no Médio Oriente, e o abrandamento do crescimento em países motores da economia europeia estão a deixar as empresas portuguesas mais conservadoras nas suas intenções de recrutamento.

“Ainda assim, os empregadores sabem que o talento é hoje um ativo fundamental para alcançarem importantes desafios de crescimento, transformação digital e transição verde, pelo que continuam focados em assegurar o acesso às competências necessárias para alcançar esses objetivos”, completa o mesmo responsável.

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