Maria Luís Albuquerque fica com a pasta dos Serviços Financeiros na próxima Comissão Europeia

Ursula von der Leyen escolheu a ex-ministra das Finanças para ficar com pelouro dos Serviços Financeiros e a União de Poupança e Investimento na próxima legislatura. Montenegro elogia “pasta crucial".

Maria Luís Albuquerque foi proposta para ser Comissária para Serviços Financeiros e a União de Poupança e Investimento na próxima legislatura em Bruxelas. A pasta foi anunciada esta terça-feira numa conferência de imprensa na qual Ursula von der Leyen apresentou a sua proposta para a sua nova equipa na Comissão Europeia.

“[Este portefólio] vai ser vital para concretizar o mercado de capitais e assegurar o investimento privado na União Europeia “, anunciou von der Leyen, em Bruxelas, sublinhando que a pressão para que o mercado de capitais da União Europeia (UE) fosse finalmente concretizado “estava a aumentar”.

“Se olharmos para os números do Banco Central Europeu, a UE está a perder cerca de 470 mil milhões de euros em investimento que não é feito na UE dada a inexistência de uma união de mercado de capitais. Há uma urgência grande para executar isto”, respondeu Ursula von der Leyen em declarações aos jornalistas.

Maria Luís Albuquerque fica assim com parte dos pelouros geridos atualmente pela comissária Mairead McGuinness, da Irlanda, que cessa funções a 30 de outubro juntamente com o resto do executivo.

A indicação da antiga ministra das Finanças para uma pasta ligada aos serviços financeiros era já uma expectativa, tal como fontes próximas do processo tinham já sugerido ao ECO, devido ao seu perfil e currículo mais técnico, mas esta terça-feira foi confirmado pela presidente da Comissão Europeia.

Maria Luís Albuquerque vai ser excelente no portefólio”, garantiu ainda a presidente alemã que desdramatizou a passagem direta a antiga governante, em 2016, para Global Arrow, uma empresa de gestão de ativos, e depois em 2022 para Morgan Stanley. “Tem um vasta experiencia como ministra das finanças e também no setor privado. Sabe as dificuldades tanto do campo político e como o do investimento privado. É uma pasta difícil, mas é a pessoa indicada”, disse ainda.

A nomeação da ex-ministra das Finanças ao cargo não é, no entanto, definitiva. Maria Luís Albuquerque terá ainda de passar por um processo de escrutínio no Parlamento Europeu que começará com uma avaliação da idoneidade pela Comissão dos Assuntos Jurídicos (JÚRI) e a resposta a um questionário geral por escrito.

Antes disso, os indigitados entregarão aos eurodeputados um conjunto de elementos, nomeadamente, a declaração de interesses, o currículo e a carta de missão. Esta última será também entregue ao Conselho Europeu. Só depois de estarem reunidas todas as condições é que começarão as audições presenciais pelos respetivos comités. O processo deverá arrancar em outubro para que a nova Comissão entre em funções a 1 de novembro.

Montenegro elogia “pasta crucial” de Albuquerque

Entretanto, o primeiro-ministro português considerou que a pasta atribuída à antiga ministra das Finanças é “crucial” para “vitalizar a competitividade” do bloco europeu, pois irá permitir concretizar a União do Mercado de Capitais, fomentar o investimento privado e reforçar a capacidade de inovação europeia.

“Estes temas foram considerados fulcrais na estratégia da união aprovada pelo Conselho Europeu e foram evidenciados com especial destaque pelos recentes relatórios Letta e Draghi, em particular este último”, refere Luís Montenegro em comunicado.

Para o chefe do Executivo, trata-se de uma “matéria central para a Europa e para Portugal”, tendo em vista “a diversificação das fontes de financiamento com o objetivo de promover o crescimento e o investimento económicos”.

“Isto é essencial ao progresso, à sustentabilidade do projeto social e económico da Europa, e à capacidade da União para corresponder às expectativas, necessidades e interesses dos cidadãos europeus e portugueses”, frisou ainda o governante português.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h28)

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